O PS de Lisboa elege, esta sexta-feira, Davide Amado como novo presidente da concelhia, mas as atenções estão direcionadas para a número dois da lista (única) que vai a votos: Marta Temido. Pouco mais de um ano depois de ter recebido das mãos de António Costa o cartão de militante do PS, no Congresso de Portimão, a antiga ministra da Saúde estreia-se a concorrer para uma estrutura interna do partido, posição que a coloca na linha da frente como eventual escolha socialista para a corrida ao lugar de Carlos Moedas nas Autárquicas previstas para 2025.
À VISÃO, Davide Amado, também presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, prefere não antecipar cenários, afirmando que, “neste momento, o mais importante é trabalharmos para fazer uma oposição séria e responsável ao atual executivo da Câmara de Lisboa”. “Ainda faltam três anos para as eleições autárquicas e, por isso, é ainda muito cedo para avançarmos com nomes”, diz Davide Amado, acrescentando, porém, que, “quando chegar essa altura, em 2025, temos de estar todos disponíveis para o que for preciso”.
“Marta Temido é nossa camarada e militante do PS de Lisboa e é uma honra tê-la na nossa lista e na nossa equipa, como também é uma honra podermos contar com todos os presidentes de junta de freguesia, vereadores, antigos presidentes de concelhia e outros membros do governo que estão nesta lista. Temos de trabalhar em equipa e, naturalmente, Marta Temido é uma mais-valia para os desafios que temos pela frente nos próximos anos”, refere Davide Amado.
Recorde-se que Marta Temido ocupou o cargo de ministra da Saúde entre 2018 e setembro de 2022, sendo substituída no cargo por Manuel Pizarro. Há cerca de um mês, assumiu funções como deputada na Assembleia da República.
Entre mais de uma centena de nomes, a lista encabeçada por Davide Amado – que substitui Sérgio Cintra como presidente do PS de Lisboa – conta ainda com Inês Drummond, coordenadora dos vereadores socialistas na Câmara de Lisboa, Manuel Lage, líder da bancada socialista na Assembleia Municipal, ou Pedro Costa (presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique e filho do primeiro-ministro), entre outros. A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, também integra a lista, embora num lugar simbólico.
Oposição e alternativa
Pouco mais de um ano depois da (surpreendente) derrota de Fernando Medina nas Autárquicas de setembro de 2021, Davide Amado pega nas rédeas do PS de Lisboa com vista às eleições previstas para 2025. Em declarações à VISÃO, o futuro líder concelhio aponta como “principais objetivos” desta candidatura “ser uma oposição que fiscaliza a ação do executivo, que exponha uma série de fragilidades evidentes que surgiram com esta governação [de Carlos Moedas], para que se começce a construir uma solução que daqui a três anos será apresentada e convença os lisboetas”.
“O mais importante, neste momento, é chamar a atenção e expor os problemas que não existiam ou que se agravaram em Lisboa, ao longo destes últimos meses, ligados ao espaço público, aos espaços verdes ou à higiene urbana, por exemplo, pelo qual o atual executivo da Câmara de Lisboa tem de ser responsabilizado e tem de resolver”, conclui Davide Amado.