Quando conversámos com Nuno Melo, na tarde de segunda, 4, o novo líder do CDS ainda tinha por ler centenas de mensagens no telemóvel. Já o Presidente da República ligou. Não o surpreendeu, mas caiu bem: “Confirma a dimensão de Estado do CDS, apesar de não estar no Parlamento.” Aos 56 anos, o minhoto de Joane, apaixonado por automóveis e biografias, tem em mãos a missão mais difícil de resgatar o partido dos escombros e da ausência na Assembleia da República (AR), onde o CDS esteve desde a sua fundação. A moção com que Nuno Melo se apresentou no congresso de Guimarães, no último fim de semana, teve o contributo de 109 pessoas, muitas delas independentes, e permitiu-lhe uma vitória clara: foi eleito com 75% dos votos. A reunião magna passou uma clara mensagem de unidade, com os antigos líderes Manuel Monteiro e Paulo Portas presentes, embora em dias diferentes.
Entretanto, Nuno Melo já mexe: vai avançar com uma iniciativa parlamentar em Bruxelas destinada a manter, nos países de acolhimento, a ocupação dos professores ucranianos e o programa curricular das crianças daquele país na língua materna. Por cá, e a partir da sede do CDS, no “Caldas”, haverá uma conferência, com uma maioria de quadros independentes, sobre as soluções para fazer frente à “economia de guerra” e ao aumento do custo de vida.