Filipe Melo foi um dos “portugueses de bem” escolhidos por André Ventura para encabeçar as listas do Chega nas legislativas. Mas é mais conhecido por ser um português sem bens. Na lista pública de execuções, o nome do agora deputado eleito por Braga surge associado a dívidas superiores a 80 mil euros, cuja cobrança “esbarrou” na inexistência de património. Os débitos por liquidar – crédito hipotecário para aquisição de um imóvel, leasing automóvel e consultas no Hospital Privado de Braga – constituem uma amostra de situações pouco claras e processos judiciais acumulados pelo parlamentar minhoto da direita radical populista.
Na manhã de sexta, 4, à mesa da esplanada do Colinatrum Café, na cidade dos arcebispos, o líder da distrital de Braga do Chega reconheceu, perante a VISÃO, ter dívidas por pagar ou “em vias de resolução” que somam perto de 120 mil euros, embora os dados por nós apurados apontem para valores mais elevados. Depois até enviou por email uma certidão das Finanças a atestar a “situação tributária regularizada”. Despreocupado – “se não quisesse pagar, tinha pedido a insolvência pessoal” –, Filipe Melo atribui os sobressaltos financeiros às despesas de saúde do filho, criança de 8 anos com necessidades especiais. “Já gastei mais de 400 mil euros em consultas e tratamentos ao longo da curta vida dele”, alega. Será mesmo assim?