A ministra da Saúde admitiu esta tarde, 15, que se prevê o aumento do número de novos casos de infeção pela Covid-19 em Portugal, “pelo menos, até ao final de abril”. Este domingo, quase duas semanas depois de o primeiro doente ter sido detetado em território nacional, há 245 doentes infetados, 18 dos quais estão internados em Unidades de Cuidados Intensivos e 8 deles em estado “crítico, que inspiram preocupação”, disse Marta Temido.
As previsões do Governo apontam, neste momento, para um mínimo de mais seis semanas de crescimento contínuo do número de novos doentes infetados com o novo coronavírus. Até esse momento, a evolução mais ou menos gradual, insiste a ministra, “dependerá do comportamento individual” de cada.
Esta previsão, adiantada na conferência de imprensa em que foram atualizados os dados do Governo sobre o efeito da pandemia em Portugal, não significa que a partir de maio a situação esteja resolvida. Para lá desse momento, “enfrentaremos ainda [novos] casos de doença, temos de nos preparar para esta realidade, que é a que nos espera”, avisou Marta Temido.
Numa mensagem diretamente enviada aos profissionais de saúde, a ministra da Saúde apelou a uma “suspensão de férias” que médicos e enfermeiros tivessem agendadas para o período da Páscoa, para possam as mesmas “ser gozadas num outro momento”. Para esse efeito, o Governo já assinou um despacho para que as férias não gozadas este ano possam sê-lo depois do período habitualmente reservado para tal, até ao final de março do ano seguinte.
Reforçando uma mensagem lançada nos últimos dias, com um apelo para que os agregados familiares em que pelo menos um dos progenitores é profissional de saúde mantenham a sua atividade nos serviços de saúde, Marta Temido avançou novas indicações: às entidades empregadores, pede que, havendo dois progenitores profissionais de saúde no agregado, o escalonamento seja cruzado para que ambos possam manter a sua atividade enquanto se dividem no cuidado aos filhos menores; a ministra anunciou ainda a “possibilidade de [estes profissionais] transferirem para uma pessoa que designem o subsídio que receberiam se ficassem em casa a tratar das crianças”.