Miguel Albuquerque quer que Rui Rio e a sua direção funcionem como primeiro tampão para as tentativas de intromissão de António Costa sobre a governação da Madeira. Em declarações à VISÃO, no 37.º Congresso Nacional do PSD, o presidente do Governo Regional voltou a lamentar que o primeiro-ministro tenha afirmado que o desempenho orçamental do arquipélago tenha penalizado numa décima o défice nacional e defendeu que “obviamente um dos temas da sua intervenção” passará pela necessidade de o partido estancar a “pré-campanha” do líder socialista para as eleições regionais (nas quais deverá enfrentar Paulo Cafôfo, com o apoio do PS).
O líder do PSD-Madeira notou que essa posição de Costa é “uma mentira” e defendeu que “não há escrúpulos nenhuns na utilização dos meios do Estado para fazer política-partidária”. E resumiu: “É típico do PS.”
Já ao início da tarde, Nuno Morais Sarmento, que está a ser apontado como provável vice-presidente de Rui Rio, e que falava aos congressistas a partir do púlpito, deu sinais de que as eleições regionais da Madeira serão prioritárias para o partido no seu todo.
Para o ministro da Presidência dos executivos chefiados por Durão Barroso e Pedro Santana Lopes, “a frente popular de esquerda” que existe na Câmara do Funchal, liderada por Paulo Cafôfo – e que poderá ser replicada no Governo Regional -, “não existe por qualquer convicção comum”, mas, ao invés, “para não deixar que os outros trabalhem”. Caso contrário, apontou, “existiria também nos Açores”, onde Vasco Cordeiro governa sozinho.
Dirigindo-se a Miguel Albuquerque, Sarmento saiu em defesa de Rio e convocou todas as tropas para a disputa que terá lugar no próximo ano: “Não é o presidente do PSD que tem de travar esta frente de esquerda, temos de ser todos. (…) Miguel, o teu combate, o nosso combate é o combate de todo o PSD.”