Que “garantias” pode dar o Governo português de que “não houve falhas” no processo de descontaminação e encaminhamento de solos perigosos na construção do novo parque de estacionamento do Hospital da Cuf Descobertas em Lisboa, que “ponham em causa a saúde pública e o meio ambiente?
A pergunta é do grupo parlamentar dos Verdes e vem na sequência do trabalho de investigação publicado no último número da VISÃO. O estacionamento da CUF Descobertas é um dos casos denunciados nesse artigo, por se sentir no local um forte cheiro químico derivado da presença de hidrocarbonetos, compostos orgânicos voláteis que, “em contacto com o ar se volatilizam podendo levar à inalação de gases tóxicos, o que por sua vez pode causar náuseas, doenças do foro respiratórios e, em situações mais graves, até cancro”, como se lê na pergunta a que a VISÃO teve acesso.
Os Verdes querem saber se o Governo de António Costa tem conhecimento desta situação e se “estão a ser devidamente cumpridos todos os procedimentos previstos nestas situações relativas a solos contaminados”.
No trabalho da VISÃO é referido que foram feitas denúncias por parte de um dos CIRVER – Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos – à Agência Portuguesa do Ambiente por suspeita de “tentativa ilegal de desclassificação de resíduos”. É dito que solos contaminados estariam a ser desviados para “vazadouro” e não para os locais próprios. À VISÃO a CUF garantiu que só a 17 de outubro foi detectada a “primeira bolsa de solo contaminado perigoso” e que, nessa altura, essas terras foram encaminhadas para a Ecodeal, na Chamusca.
Os Verdes querem, por isso, mais informações. Perguntam ao Governo se pode garantir que o “local está a ser corretamente descontaminado e que os resíduos perigosos estão a ser encaminhados para o local apropriado”. Também pede esclarecimentos sobre “o resultado do estudo de avaliação dos solos, no que diz respeito à sua classificação, contaminação e perigosidade e qual a data dessa avaliação”. Por último, dizem que é preciso perceber “qual o destino” dado aos solos removidos antes de ter sido contratado o “CIRVER Ecodeal”.