O encontro esteve em suspenso até à última hora, mas acabou por acontecer, depois do almoço de encerramento do Fórum Empresarial Portugal-Cuba (organizado pela AICEP) e antes da cerimónia de deposição de flores de Marcelo Rebelo de Sousa ao monumento nacional dedicado ao poeta, pensador, político e herói da independência de Cuba (em relação a Espanha) José Martí, na Praça da Revolução.
O encontro, a sós (a comitiva portuguesa ficou, literalmente, à porta), durou cerca uma hora, tempo suficiente para Marcelo e Fidel passarem em revista os resultados, nesse mesmo dia (quarta feira), na Assembleia Geral das Nações Unidas, da votação contra o embargo económico, comercial e financeiro contra Cuba (decretado, pelos Estados Unidos, a partir de 1960). A votação ocorria pelo 25º ano consecutivo mas era a primeira vez que não foram registados votos contra (perpetrados, durante anos, pelos Estados Unidos e Israel). Foi um dia histórico para Cuba. E o Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, estava lá, a mostrar a Fidel, através de uma resolução do Parlamento português, como o seu país condenava o embargo.
De acordo com o Granma (o órgão oficial do Comité Central do Partido Comunista de Cuba), “Fidel agradeceu a atitude d Portugal” em relação a Cuba, reafirmando “a firmeza do povo” em “não esquecer os avultados danos humanos e económicos provocados pelo bloqueio”. Ainda de acordo com o Granma, o encontro foi “amistoso”.
De Cuba, Marcelo Rebelo de Sousa segue para a Cartagena das Índias, na Colômbia, para participar na Cimeira Ibero-Americana, marcada para sexta-feira e sábado, e depois para Brasília, no Brasil, onde decorrerá a Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), entre 31 de Outubro e 1 de Novembro.