Enquanto a conferência de líderes decide quando é que os projetos de resolução do PSD e do CDS relativos ao Programa de Estabilidade (PE) e ao Plano Nacional de Reformas (PNR) vão a votos (o CDS pediu para que os diplomas fossem votados logo após o debate desta tarde), cada grupo parlamentar prepara como pode a forma de enfrentar o tema do dia.
No plenário, serão debatidos 11 diplomas, todos eles à volta do Programa de Estabilidade e do Plano Nacional de Reformas. O Governo pretende debatê-los no plenário parlamentar, levá-los a votação final no Conselho de Ministros de quinta-feira ao fim da tarde (a reunião semanal dos membros do Governo teve de ser adiada, por causa da agenda de António Costa) e enviá-los de seguida para Bruxelas.
Tanto o PSD como o CDS apresentam alternativas ao Plano Nacional de Reformas. De resto, a oposição divide-se quanto à abordagem da questão. Passos Coelho condena o PE e não pretende levá-lo a votos. “Se houvesse votação, votávamos contra!”, garantiu à VISÃO fonte da direção da bancada laranja. O CDS, por seu lado, ao propor que o Governo leve os seus documentos a votos, apresenta-se sozinho nesta batalha.
De qualquer forma, o líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães, tem já preparado um dossiê com frases antigas de Ferro Rodrigues, Eduardo Cabrita, Pedro Nuno Santos, João Galamba, Jerónimo de Sousa, Paulo Sá, Pedro Filipe Soares, Mariana Mortágua, e outras, que encontre, onde os parlamentares (então na oposição) consideravam uma “vergonha” a possibilidade de o Programa de Estabilidade poder não ser votado no Parlamento.
O debate (em que o Executivo se fará representar por Pedro Marques, que falará do PNR, e por Mário Centeno, que defenderá o PE) promete. Das 222 medidas de alteração do PNR apresentadas pelo PSD, apenas cinco ou seis deverão ser consideradas pelo Governo. Do CDS não deverá ser acolhida nenhuma.
A votação é que, como disse Marcelo Rebelo de Sousa, em Évora, “não terá vencimento”. O CDS pode estar sozinho na tentativa de levar o PE e o PNR a votos, “mas tem direito a fazê-lo”, “não tem de concordar com os outros”. “A democracia é isso mesmo”, rematou.