Marcelo Rebelo de Sousa não tem só sonhos para Europa. Cá dentro, também quer um Portugal diferente. Aspira por um País menos assimétrico, mais próximo. O desejo de um “Portugal Próximo” serviu-lhe de mote e assim ficaram batizadas as suas presidências abertas, que têm a primeira edição marcadas para os dias 21 a 23 de abril. Destino? O Alentejo.
Com a visita presidencial, o interior alentejano, território de baixa densidade populacional e fracos índices de desenvolvimento, ver-se-á (ou pelo menos assim se deseja, em Belém) mais próximo do litoral e dos centros de decisão. Com a deslocação a sete concelhos de Portalegre, Évora e Beja, o Presidente quer dar o exemplo e mostrar como é possível tornar todo o País mais próximo e como, embora mais difícil, também é possível “fazer acontecer”, no interior do País.
Ao contrário das Presidências Abertas (de Mário Soares e Jorge Sampaio) ou dos Roteiros (de Cavaco Silva), o Portugal Próximo de Marcelo Rebelo de Sousa não será monotemático. Durante os três dias previstos para a deslocação, o Presidente quer dar destaque ao património, à cultura, à tradição, à solidariedade social, ao turismo e ao empreendorismo, ao ensino e à inovação, à migração, à saúde e à agropecuária. E, pelo meio, ainda quer passear pelas ruas para distribuir afetos e ouvir os portugueses.
Pela passagem por estes sete concelhos, o Presidente procurará alertar para os problemas de que o interior alentejano padece. É o caso do envelhecimento – representado no Portugal Próximo pela visita ao Lar da Santa Casa da Misericórdia de Cabeço de Vide (que será inaugurado por Marcelo) e à Universidade Popular Túlio Espanca (dedicada à educação ao longo da vida) – mas também do desemprego, e em particular o desemprego jovem, da desertificação, da pobreza, da violência doméstica ou dos cuidados de saúde.
É com estas preocupações em mente que o Presidente há de visitar um centro escolar modelo em Portel, o Politécnico e a Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre e a Universidade de Évora. Dará destaque ao empreendorismo indo ao encontro, em Reguengos de Monsaraz, da destilaria de António Cuco (um professor de turismo que, vendo-se no desemprego, mudou de vida e montou o seu próprio negócio) e à inovação, visitando o Laboratório Hércules, da Universidade de Évora. Dará destaque às duas qualidades juntas quando passar por uma plantação de morangos em hidroponia (crescem com as raízes mergulhadas em água, e não em terra), em Beja.
Além destas, na agenda do Presidente estão ainda visitas à Catedral de Portalegre, onde Marcelo poderá ver o tesouro, nunca antes exibido, à Fundação Eugénio de Almeida, ao antigo Matadouro Municipal de Moura (transformado em museu), ao futuro centro “Nicolau Breyner”, que será inaugurado em Serpa, à Pousada do Castelo de Alvito (que se encontra em fase final de reabilitação), ao Centro de Paralisia Cerebral de Beja, à Ovibeja, à Moura Salúquia (Associação de Mulheres do Concelho de Moura) e ao centro humanitário e Évora da Cruz Vermelha, onde Marcelo tem almoço marcado com refugiados.
Pelo meio de todas estas visitas, Marcelo ainda passeará pela rua, para tomar o pulso ao interior e estabelecer contacto com a população, e fará duas homenagens. Será um Portugal Póximo e intenso.