Marcelo chegou quarta à tarde a Roma, levando na bagagem uma peça muito especial: um registo muito antigo de Santo António, uma peça de família que quer oferecer ao Sumo Pontífice. Este é um presente pessoal de um Presidente profundamente católico. Já enquanto Chefe de Estado, oferecerá ao Papa Francisco um conjunto de seis casulas (paramentos) desenhadas pelo arquiteto Siza Vieira. Seis – um por cada uma das seis épocas litúrgicas.
Mas o encontro a sós entre os dois chefes de Estado será mais do que uma troca de presentes. Marcelo aproveitará o momento para formalizar o convite para Francisco vir a Portugal às comemorações do centenário da aparição de Nossa Senhora de Fátima, que se comemorará a 13 de maio de 2017. Recorde-se que João Paulo II esteve em Portugal três vezes e Bento XVI uma, mas o Papa Francisco, eleito sucessor de Pedro há três anos, ainda não se deslocou ao nosso País.
Depois do encontro a sós com o Papa, Marcelo reúne com o secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, com o qual abordará temas de interesse comum, entre os quais a crise dos refugiados, as alterações climáticas ou, mais genericamente, o papel da Igreja Católica na mediação de vários conflitos internacionais.
A visita ao Vaticano terminará com uma visita à Basílica de S. Pedro e à Capela Sistina, após a qual o Presidente ruma a Madrid, para um jantar com os reis de Espanha. Num encontro prévio entre delegações estarão, em cima da mesa, temas de interesse mútuo, mais focados nas relações bilaterais, mas também o avanço do terrorismo, a crise dos refugiados ou o desenvolvimento da política interna dos dois países.
Com estas duas viagens, as primeiras do seu mandato presidencial, Marcelo deixa claro que quer criar uma relação mais aprofundada com estes dois chefes de Estado e, através deles, destes países com Portugal.
Marcelo dispensou o Falcon da Força Aérea Portuguesa, tendo viajado com uma delegação reduzida a mínimos históricos (oito elementos), num voo comercial da Transportadora Aérea Portuguesa. As ordens, para a deslocação (e para o mandato) foram claras: há que ser “prático” e “simples”.