Marcelo Rebelo de Sousa termina as cerimónias de tomada de posse na Invicta. E o que pensa o presidente do FC do Porto desta primeira deslocação do Presidente da República?
O terceiro e último dia dedicado às cerimónias de tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa é passado no Porto. É a primeira saída de Lisboa do novo Presidente e nada, na deslocação desta sexta feira, 11, terá sido deixado ao acaso.
Marcelo tem chegada marcada à Invicta para as 11 horas da manhã. É recebido pelo presidente da Câmara, Rui Moreira, que tem preparada uma receção, um almoço, uma visita a uma exposição de homenagem ao vereador Paulo Cunha e Silva, que morreu há poucos meses, e uma visita ao bairro do Cerco do Porto.
Que simbolismo tem esta primeira deslocação? Outro presidente da cidade – Jorge Nuno Pinto da Costa – responde. Diz-se muito satisfeito com a visita. “Não me admirou.” Afinal, o presidente do Porto conhece o Presidente da República há muitos anos, nem sabe bem quantos. Não são íntimos,mas nestes “há mais de 30” anos, sempre tiveram uma boa relação.
“Conheço-o e sei que, ao contrário do seu ex-partido, porque o Presidente não tem partido, não é um centralista puro, como os que predominam no PSD”. A deslocação, que muito lhe agrada, é “a demonstração de que não quer prosseguir o centralismo em que o anterior governo foi exímio.” E realça que tal atitude – de “liberdade” – só foi possível pelo facto de ter sido eleito sem o apoio do seu partido.
De facto, Marcelo começou e acabou a campanha eleitoral que o levou até Belém fora de Lisboa. O pontapé de saída foi em Celorico de Basto. E o último dia de campanha, passou-o no norte – Viana do Castelo, Esposende, Barcelos, Guimarães, Braga e… Celorico de Basto. Na véspera, tinha estado no Porto e Pinto da Costa esteve com ele.
Marcelo estava na sala de caracterização do Porto Canal, onde seria entrevistado por Júlio Magalhães. Pinto da Costa soube e foi lá dar-lhe um abraço. Consigo, levava uma surpresa: “Uma fotografia onde estávamos, num jantar do Futebol Clube do Porto. Desde aí que o conheço. Foi há mais de 30 anos. Creio que eu era diretor de futebol, por isso foi há uns 37 anos. Ele tinha uma pera… eramos muito jovens.” Nessa altura, Marcelo era diretor do Expresso. Já lá vai uma vida, mas Marcelo “conheceu todos os que estavam na fotografia”. A sua memória é conhecida…
Mas, segundo Pinto da Costa, Marcelo tem outros dotes. “Nunca conheci ninguém com poder de comunicação como ele. Quem me prende à televisão, o que não é fácil, É Ribau Esteves [presidente da Câmara Municipal de Aveiro], que tem o mesmo estilo.”
Desejando ao novo Presidente “as maiores felicidades”, regozija-se com esta ida “ao Porto, logo após a tomada de posse. É uma demonstração de que algo pode mudar.” Em que medida? Pinto da Costa é um homem de fé e tem genuinamente “esperança que na sua ação, o País seja mais igualitário e não esteja dividido entre Lisboa e o resto.”