Em 33 páginas, Pedro Passos Coelho apresenta o seu “Compromisso Reformista” com tudo o que pretende levar a cabo no PSD nos próximos dois anos. As eleições diretas para escolher o líder dos sociais-democratas são no dia 5 e o congresso está marcado para os primeiros dias de abril, em Espinho.
A moção de Passos está dividida em cinco capítulos: Portugal: onde e como estamos; PSD: quem e o que somos; A nossa visão estratégica para Portugal; Os novos desafios políticos e eleitorais; e A modernização do PSD. O antigo e futuro líder do PSD não se esquece de dizer “ganhámos as eleições, mas somos oposição”, o que acontece logo na página número quatro.
“Depois de anos de dificuldades e de políticas impopulares, e contra as expectativas mais comuns entre alguns, os portugueses recusaram dar ao PS e ao seu líder António Costa a vitória nas eleições”, lê-se no documento que, a seguir, dedica algumas linhas à instabilidade, aos riscos e às incertezas que foram dadas pelo novo Governo nos primeiros tempos.
No “Compromisso Reformista” com que Passos Coelho se apresenta ao partido, fica claro que o PSD não servirá de apoio ao PS. “Prosseguindo o atual Governo um programa que, em muitos aspetos importantes, se encontra nos antípodas daquele que defendemos, não é a nós que cabe apoiar a sua ação de desfazer o que fizemos de reforma estrutural no passado recente ou de promover as ideias retrógradas e estatizantes que sempre combatemos no plano da economia e do Estado”.
Então, o que fará o ex-primeiro-ministro dos próximos dois anos de liderança dos sociais-democratas? Primeiro: responsabilizar o PS pelo que correr mal. “A ação do PSD deverá ajudar sempre à responsabilização dos partidos da maioria relativamente ao caminho que escolhem para desenvolvimento das suas políticas”. A seguir, estar pronto para tomar as rédeas do País e defendê-lo sempre. “O PSD não deixará de estar sempre preparado para reassumir responsabilidades de governo, se a isso vier a conduzir o esgotamento da solução de governo protagonizada pelo PS”. E, por fim, preparar as eleições regionais dos Açores e as autárquicas de 2017.
Passos compromete-se ainda a apresentar uma “liderança reformista” e a defender a social-democracia. “O PSD recusa, pois, qualquer acusação de ‘direitismo’ austeritário com que quiseram, e ainda querem, tatuar a alegada falta de sensibilidade social no exercício de funções governativas. (…) O PSD continua fiel ao seu ideário social democrata e aos seus valores essenciais, que sempre procurou traduzir nas políticas que defendeu, ora na oposição, ora no governo.”
Liberdade, humanismo, personalismo, solidariedade e realismo são alguns dos conceitos explorados no texto da moção de Passos, uma moção que põe a família no centro das prioridades políticas, assim como o setor social, a educação, a saúde e o trabalho. Leia mais aqui.