22h30:
Depois da falar sobre os tempos que aí vem, Marcelo Rebelo de Sousa disse que acredita que os próximos cinco anos “não serão um tempo perdido, mas de recuperação e futuro”. Nesta altura do seu discurso, dezasseis minutos passados sobre o início, o átrio da Facudade estava já apinhado. Assim que Marcelo deixou de falar, ouviu-se o hino nacional. A vitória chegou à primeira, com 52% dos votos.
22h20:
“Seguirei o meu próprio estilo e nunca deixarei de ser aquilo que sou”, garantiu Marcelo, depois de dizer que não há vencidos neste ato eleitoral. “Com esta eleição termina um longuíssimo período eleioral com dois atos eleitorais quase seguidos. Com alegrias e crispações que dividiram o país. É tempo de voltar a página e de recriar a pacificação em Portugal”. E continuou: “Enquanto PR tudo farei para unir aquilo que as conjunturas dividirem. Farei pontes. Quanto mais coesos formos, mais fortes seremos. Serei politicamente imparcial, mas socialmente empenhado e atuante. Não é uma questão de conjuntura, é de formação. Não há unidade social sem coesão. Quero também promover os compromissos e os consensos políticos. Quero ainda incentivar o frutuoso entendimento entre as instituições democráticas. Finalmente, temos de conciliar justiça social com crescimento económico e estabilidade financeira.Temos de agir com prudência para minimizar os riscos”.
22h10:
A partir da Faculdade de Direito, “casa de liberdade, pluralismo e abertura de espírito”, Marcelo falou aos portugueses sobre a alegria desta eleição. Disse que, o facto de comemorar ali a sua vitória, foi uma “escolha de natureza afetiva”, mais do que política. “Esta casa fez de mim muito daquilo que sou”. “É o povo quem mais ordena e foi o povo que me deu a honra de ser PR de Portugal.”
22h05:
Um pedido ao microfone animou as hostes, por uns momentos. Uma voz feminina pediu, por duas vezes, a quem estava na ala esquerda do átrio, visto do palco, que deixasse espaço no corredor. “Abram alas. É preciso um espaço ainda maior, por razões de segurança”, disse. Dois minutos depois, Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente eleito, entrou na sala, debaixo de aplausos, assobios e gritos.
21h25:
Faltam apurar 120 freguesias e o vencedor das eleições faz um compasso de espera antes de falar à multidão que o aguarda no seu quartel-general desta noite – quer ter garantias de que não há segunda volta. A chegada ao palco do vencedor costuma ser um momento apoteótico, com música, palmas, gritos e bandeiras no ar. Marcelo não tem bandeira nem hino. Qual será a banda sonora da sua vitória?
21h00:
Uma salva de palmas irrompe no burburinho do átrio da Faculdade de Direito. Não é Marcelo que chega. É um grupo de apoiantes anónimos de Setúbal contente com os resultados no distrito: 37,57%. Marcelo está em primeiro lugar na região. Começam a chegar alguns sociais-democratas e centristas: Rui Machete, Teresa Morais, Mário David e Duarte Pacheco, do PSD, assim como Telmo Correia e Filipe Lobo D’Ávila, do CDS.
20h45:
Em Celorico de Basto, a terra da avó Joaquina de Marcelo Rebelo de Sousa, 81,9% dos eleitores votaram no neto pródigo (numa das freguesias, Rego, a percentagem ultrapassou os 90 pontos). O candidato já começou a ser parabenizado pelos seus adversários, publicamente e pelo telefone, mas continua sem comentar os resultados. Neste momento, já foram apuradas mais de 70% das freguesias e Marcelo continua acima dos 50% necessários para não ir à segunda volta.
20h30:
Na Faculdade de Direito aguarda-se a chegada de Marcelo que, ao que tudo indica, terá passado primeiro pela sede de candidatura, em Belém. Viaja à boleia do filho, que veio do Brasil para estar presente no dia das eleições – e para votar no pai. Foram escoltados desde casa, em Cascais, por equipas de televisão, de mota, em direto. Os primeiros resultados oficiais dão Marcelo à frente em todos os distritos. No quartel-general, ainda não apareceram barões/dirigentes do PSD. Mas apareceu Eduardo Barroso, apoiante do professor, e foi logo ‘apanhado’ pela comunicação social, ávida de notáveis.
20h10:
Esmeralda Dourado, um elemento da estrutura da candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa (cara desconhecida de todos), subiu ao palco para reagir aos primeiros números, com cautela. “Ainda é cedo”, disse, mas “acompanhamos com esperança” o desenrolar da noite que pode pôr fim a um longo processo que dura há mais de um ano”. Trinta segundos depois, Esmeralda saiu de cena.
20h00:
Ainda sem o candidato por perto, o povo na Faculdade de Direito reagiu às primeiras projeções sem cor e se bandeiras, mas com euforia. “Marcelo! Marcelo!” Só uma sondagem, a da Católica para a RTP, apresenta a possibilidade de o professor não ser eleito para Belém à primeira volta. A surpresa de todos é o mau resultado que Maria de Belém deverá vir a ter – numa das projeções surge atrás de Vitorino Silvs, tmbém conhecido por Tino de Rans.
19h50:
Antes das 18h30, ainda com as urnas abertas no Continente (e, claro nos Açores), começaram a chegar alguns apoiantes ao quartel-general de Marcelo Rebelo de Sousa, na Faculdade de Direito. Às 19h45, quando as primeiras projeções da abstenção entre os 48 e os 53% foram avançadas pelas televisões, a sala estava quase cheia: uma centena de lugares sentados, muito espaço para ficar de pé. Tal como Cavaco, o ex-comentador optou por ‘construir’ um cenário com as bandeiras de Portugal. Cavaco escolheu dez (tantas quantas os anos que esteve no poder e os anos de ‘pousio’, depois disso), Marcelo ficou-se pelas oito. Para lá do átrio, a candidatura alugou ainda o anfiteatro para instalar quatro televisões gigantes, através das quais é possível seguir o apuramento dos resultados.