A decisão foi tomada durante uma reunião que, na quinta-feira, juntou, em Lisboa, nove sindicatos de docentes para analisar os impactos na educação das medidas anunciadas pelo Governo, que podem implicar o aumento do horário de trabalho e a passagem à mobilidade especial dos professores.
A Federação Nacional de Educação (FNE) foi a única estrutura sindical que não expressou um apoio imediato à greve, condicionando a sua decisão ao que for deliberado numa próxima reunião dos seus órgãos diretivos.
Ficou ainda marcada uma manifestação nacional para o dia 15 de junho e um período de greve aos serviços de avaliação, nos dias 11, 12, 13 e 14 de junho, que vão afetar sobretudo as reuniões de avaliação dos alunos do 9, 11 e 12 ano, que realizam exames nacionais e terminam o período de aulas mais cedo do que os outros anos escolares.
Contra um “filme de terror”
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, justificou a escolha do período de greve, coincidente com os exames nacionais, com o apertado calendário que os professores têm pela frente e disse que os docentes, com as recentes medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, “estão a viver um filme de terror autêntico”. “É um período complicado. Pois, mas agora não há outro. Deixarmos esta luta para setembro é absolutamente despropositado e desnecessário, porque em setembro, se não formos à luta antes, milhares de professores já foram despedidos”, disse, referindo que em julho e agosto não há ninguém nas escolas.
Mário Nogueira disse ainda que a marcação de uma paralisação com um mês de antecedência tem como objetivo dar ao Governo tempo para recuar e negociar, sublinhando a abertura de todas as estruturas sindicais para o diálogo. “Não queremos fazer a greve pela greve. Queremos resolver os problemas antes de chegarmos ao momento da luta. Há um mês, com toda a abertura que todas as organizações têm para o diálogo, para o MEC e o Governo se dirigirem aos professores e assumirem a garantia por escrito de que não haverá professores na mobilidade especial, dispensa de professores contratados, mexidas no horário de trabalho”, declarou o líder da Fenprof.