Em entrevista ao jornal Expresso, a ministra da Educação, Isabel Alçada, lançou a polémica ideia de acabar com os chumbos, uma proposta que, segundo a governante, terá de ser debatida com as escolas e os professores. Como alternativa, a ministra defende “outras formas de apoio, que devem ser potenciadas para ajudar os que têm um ritmo diferenciado”
A ideia suscitou um coro de protestos, com o PSD a considerá-la “grave” e “errado”, embora “não surpreendente”.
Em conferência de imprensa, marcada para comentar a entrevista da ministra Isabel Alçada ao jornal Expresso, o vice presidente do PSD Jorge Moreira da Silva considera que a intenção da governante é “errada” e capaz de “basear o processo de aprendizagem no facilitismo”.
“Facilista” foi também o adjetivo usado pelo PCP, que considera que a medida “desqualifica completamente o ensino”. Em conferência de imprensa, na sede nacional do PCP, em Lisboa, Jorge Pires disse ainda que a proposta visa “resolver o problema da estatística”. “Aumenta-se o número de certificações, mas diminui-se simultaneamente a qualificação dos alunos”, sustentou.
Pelo Bloco de Esquerda, Ana Drago defende, por seu lado, que “não podemos discutir isto no sistema português como uma mera medida administrativa”, parecendo que “a partir daqui serão tudo são maravilhas”.
O CDS-PP considera também um “disparate” e uma “injustiça” a intenção do Governo de acabar com os chumbos no ensino, opondo-se “tenaz e competentemente” à medida e sustentando que “Portugal necessita de valorizar a cultura do mérito”.
Pais divididos
A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) manifestou-se preocupada com a intenção da ministra da tutela de acabar com os chumbos dos alunos, considerando-a “avulsa” e uma “ação de merchandisig”.
Posição diferente assumiu a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), considerando que o fim dos chumbos em Portugal será a maior revolução na educação desde o 25 de abril, dando o seu apoio à ideia da ministra da tutela.