“O Presidente da República recebe, em audiência, o secretário-geral do Partido Socialista, Eng. José Sócrates”, refere uma adenda à agenda de Cavaco Silva divulgada ao final da tarde de quarta-feira à comunicação social.
O encontro entre Cavaco Silva e José Sócrates vai acontecer quatro dias depois das eleições legislativas de domingo, que o PS venceu com maioria relativa, e dois dias depois de o Presidente da República ter feito uma declaração acusando “destacadas personalidades do partido do Governo” de “manipulação” para o encostar ao PSD e “desviar as atenções”.
Na declaração de terça-feira, Cavaco Silva disse também que a divulgação pelo Diário de Notícias de um e-mail trocado entre jornalistas do Público, no dia 18 de Setembro, o levou a interrogar-se sobre a possibilidade de alguém do exterior aceder à informação confidencial contida nos computadores da Presidência da República.
Cavaco Silva adiantou que, por isso, ouviu na terça-feira entidades com responsabilidades na área da segurança, ficou a saber “que existem vulnerabilidades” e pediu que fosse estudada a forma de as reduzir.
Em resposta, horas depois, o dirigente nacional do PS Pedro Silva Pereira contrapôs que a suposta vigilância ou escutas feitas pelo Governo ao Palácio de Belém “foi a única manipulação que se registou neste caso lamentável”.
“Uma grave manipulação da verdade com o objectivo único de prejudicar o PS e o Governo”, considerou o ministro da Presidência.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou-se empenhado em manter com o Presidente da República uma relação “institucionalmente adequada e correcta”.