O líder do PSD/M e cabeça-de-lista social-democrata às eleições legislativas nacionais do próximo domingo falava no comício da campanha, em frente à Sé do Funchal, considerado um dos maiores do partido na capital madeirense, em que o primeiro-ministro José Sócrates foi o principal alvo das criticas.
Jardim enunciou uma série de razões para os madeirenses votarem contra José Sócrates e perguntou: “Senhor Presidente, em nome de todas estas coisas estranhas, vai deixar que os comunistas possam entrar para a área governativa pela mão do PS?”
E exigiu: “Defina-se Senhor Presidente da República!”.
Jardim entrou no palco depois de discursarem outros seis dos candidatos da lista do PSD/M, e ao ouvir os gritos dos elementos da JSD/M, “quem não salta não é da Jota”, pulou junto com os restantes elementos do partido.
Criticou a “mentalidade fascista de Lisboa que não soube ler o resultado das eleições regionais de 2007”, pelo que transformou a decisão da região no acto eleitoral a 27 de Setembro num novo “referendo da política regional e nacional”.
Considerou que será “um voto inequívoco do povo madeirense por maior autonomia”, adiantando que “o que se passa é uma vergonha, porque a Madeira tem um parlamento limitado nos seus poderes. Somos uma colónia de Portugal”, disse.
Defendeu ser necessário “libertar a Madeira de Sócrates” e enunciou que “votar Sócrates é votar contra os traidores”, “é uma questão de dignidade do povo madeirense”, “é votar contra a covardia daqueles que na comunicação social no continente atacam a Madeira sem a região ter lá alguém para a defender”.
Argumentou ainda que “votar contra Sócrates é votar contra o grande capital, contra aqueles que querem grandes obras para o dinheiro ir para o Estado em vez das PME’s e das pessoas que precisam e contra a falsidade das sondagens que são uma vigarice e a aldrabice do costume”.
Sublinhou que “votar contra Sócrates é ainda votar contra o casamento dos homossexuais”, apontando que “cada um é o que quer, mas não se pode chamar casamento aquilo que não é. É uma pouca vergonha. O PS e o BE que se entendem tão bem, façam o casamento deles”, opinou.
Jardim apelou depois ao voto dos descontentes do PS, que chamou de “amigos autonomistas”, dos que perderam o emprego na sequência das medidas do Governo da República, dos reformados para que “não se curvem perante um individuo que não teve respeito pela idade e tempo de trabalho”, dos professores, juízes, funcionários públicos que foram “humilhados, ofendidos e enxovalhados” e às forças militares.
Exortou os presentes a “não dispersarem os votos” nos pequenos partidos, para evitar que a Madeira perca força e capacidade negocial face ao cenário do PS perder a maioria absoluta
“Corram com o Sócrates. Nenhum povo que se preze vota no seu carrasco e opressor. Não cedam, havemos de chegar onde queremos”, foram outras das expressões de Jardim neste comício, que conclui apelando aos populares que enchiam por completo aquele largo da capital madeirense que o acompanhassem no grito: “Viva a Madeira livre”.