“Enquanto magistrado, não pressionei ninguém e também não fui pressionado por ninguém. Não fui pressionado pelo Governo, nem tive qualquer interferência por parte do Governo, e quero que isto fique muito claro e lamento que coisas sérias sejam tratadas desta forma”, afirmou Lopes da Mota.
Sobre ter sido membro do mesmo Governo em que o actual primeiro-ministro, José Sócrates, era ministro do Ambiente, Lopes da Mota sublinhou: “Nunca houve qualquer relação funcional ou de trabalho entre mim e o engenheiro José Sócrates e nenhuma situação da vida, nem como membro do Governo ou depois”.
Em relação s notícias que o acusam de ter pressionado os investigadores Pães Faria e Vítor Magalhães e o apontam como “portador” de um recado do Governo, o antigo secretário da Justiça no executivo de António Guterres nega pressões.
“Eu trabalho com eles, trabalhamos os três no mesmo caso e na qualidade de magistrado público não fui pressionado e nessa qualidade também não pressiono os meus colegas”, reiterou.
“Repudio completamente todo esse tipo de informações e insinuações. Alguém está a brincar com coisas sérias”, acrescentou.
Questionado sobre como vê o mediatismo em torno do caso Freeport, Lopes da Mota disse que está “longe de Portugal” e que apenas acompanha o caso “à distância”.
“Estou longe de Portugal e longe de tudo isto. Acompanho as coisas à distância e estou fazer o meu trabalho enquanto membro nacional da Eurojust, que é apoiar a cooperação entre Portugal e o Reino Unido neste caso, como em todo e qualquer outro caso”, salientou
Lopes da Mota lembrou que no ano passado trabalhou “em mais de 150 casos como este”, casos que “são todos iguais”.
“Não há qualquer diferença entre eles e como magistrados que somos trabalhamos de acordo com as regras que no impõem e nada mais”, disse.
“O meu trabalho é um trabalho que é absolutamente controlado, não tenho autonomia nenhuma de decisão. Limito-me a dar andamento a pedidos que são feitos e a receber e transmitir os pedidos que recebo”, precisou.