Falando aos jornalistas à entrada para a Comissão Nacional do PS, o presidente do partido, Almeida Santos, recusou-se a comentar a divergência entre José Lello e Manuel Alegre, alegando que “cada um dos dois tem direito às suas opiniões”.
“Manuel Alegre não disse (na entrevista ao Expresso) que gostaria de candidatar-se contra o PS. O que disse foi que, se a Constituição permitisse, candidatar-se-ia como independente. Ora, isso seria um direito”, justificou Almeida Santos.
Almeida Santos frisou que “Manuel Alegre tem direito às suas opiniões e os dirigentes do PS têm o direito às suas opiniões”.
“Umas vezes convergimos e em outras divergimos”, observou, ainda numa lógica de desvalorização da polémica entre Lello e Alegre.
Já o secretário de Estado da Presidência, Jorge Lacão, disse que seria positivo “evitar o excesso de fulanização na vida política”.
“A política, na sua nobreza maior, é o debate de ideias, de projectos e de causas”, sustentou.
Já a eurodeputada Ana Gomes recusou-se a comentar a controvérsia em torno das posições de José Lello e Manuel Alegre, frisando que já deu “para esse peditório”.
A também eurodeputada socialista Edite Estrela demarcou-se das críticas que Manuel Alegre fez ao congresso do PS, frisando que o ex-candidato presidencial “não esteve presente” em Espinho e, como tal, “não sabe o que lá se passou”.
Em relação à ideia de Manuel Alegre se candidatar como independente, Edite Estrela respondeu que “é um direito que lhe assiste”.
“Mas acho que Manuel Alegre não está em ruptura como o PS. O partido do Manuel Alegre foi sempre o PS. Ele é um socialista e estou certa que vai continuar no PS”, sustentou Edite Estrela.
O único comentário a favor de José Lello, na polémica com Manuel Alegre, partiu do presidente da federação do PS/Porto, Renato Sampaio.
Renato Sampaio considerou que Manuel Alegre, na sua entrevista ao Expresso, “exagerou nas críticas”, demonstrando “falta de solidariedade” em relação ao seu partido.
O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, e o líder parlamentar socialista, Alberto Martins, foram alguns dos dirigentes socialistas que se recusaram a comentar este caso.