D. Filipe I de Portugal é um ilustre desconhecido para a maioria dos portugueses, “cancelado” pela História pós-restauração da Independência em 1640. Mas o neto mais velho de D. Manuel I, filho da imperatriz Isabel de Portugal e de Carlos V, é um personagem fascinante, como é extraordinária (e ainda mais ignorada) a mulher que lhe fez frente, Catarina de Portugal.
Isabel Stilwell acaba de lançar um livro sobre esta figura fascinante e segue-lhe os passos num novo videocast, em parceria com a VISÃO, com uma viagem aos lugares que marcaram a luta pela coroa de Portugal. Para ver em vídeo ou ouvir em podcast.
3º Episódio – O tiro de partida

Foi à costa da Andaluzia, aos territórios do duque de Medina-Sidónia, que nos primeiros dias de agosto de 1578 chegou a notícia da derrota dos portugueses em Alcácer-Quibir, daqui seguindo em tempo record para D. Filipe II. A confirmação da morte de D. Sebastião chegou pouco depois e funcionou na prática, como o tiro de partida para a corrida à coroa de Portugal.
Em Lisboa, o cardeal D. Henrique, o único filho vivo de D. Manuel, é aclamado sem grande entusiasmo, mas é já velho e doente e os votos de castidade proíbem-no de casar e ter descendência, embora vá surpreender tudo e todos procurando contornar estas condicionantes. Mas é demasiado tarde — D. Filipe II de Castela está decidido a tomar a coroa que considera ser uma herança da mãe, a imperatriz Isabel de Portugal e boicota os planos do tio em Roma.
Mas tem uma rival poderosa: a sua prima direita, a Infanta D. Catarina, também ela neta de D. Manuel, que tem a vantagem de ser “natural ao reino” e de ser a favorita do cardeal-rei. Mas há um terceiro concorrente que sobrevive a Alcácer-Quibir — conseguindo iludir os captores e encontrando um judeu disposto a pagar-lhe o resgate —, e desembarca em Lisboa com uma ambição imparável: D. António Prior do Crato.
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