“Estão a ser tomadas medidas para congelar em território italiano bens móveis e imóveis de 140 milhões de euros pertencentes a oligarcas russos que figuram nas listas da normativa europeia. Já foi concluída uma primeira operação, que afeta um navio de 65 milhões de euros. Outras medidas estão em curso”, indicou na sexta-feira o Ministério da Economia italiano.
Trata-se do mega iate ‘Lady M’, ancorado em Imperia, na costa da Ligúria, no noroeste da Itália, e pertencente a Alexei Mordashov, presidente do grupo metalúrgico e energético Severstal e que detém um terço das ações da agência de viagens TUI, a maior do mundo.
O multimilionário, que, segundo a revista Forbes, era o quarto homem mais rico da Rússia em 2021, distanciou-se nos últimos dias da invasão russa da Ucrânia e lamentou as sanções impostas pela União Europeia (UE) devido às suas ligações ao banco Rossiya (que os 27 dizem que beneficiou da anexação da Crimeia pela Rússia) e a um grupo que controla os meios de comunicação que transmitem a versão do Governo russo sobre a guerra.
A ordem de apreensão preventiva foi executada pela Unidade Especial de Polícia Monetária da Guardia di Finanza, com a colaboração da Unidade de Polícia Económica e Financeira de Imperia e do Departamento de Operações Aeronáuticas de Génova, detalharam hoje fontes oficiais.
Posteriormente, outra ordem foi também emitida e executada contra o iate ‘Lena’, propriedade de Gennady Timchenko, ancorado no porto de San Remo e com um valor estimado de cerca de 50 milhões de euros, segundo as mesmas fontes.
Timchenko é o fundador do Grupo Volga, com importantes investimentos na economia russa, e é considerado pela UE como “um dos confidentes de Putin”, com quem mantém uma relação pessoal próxima desde a década de 1990.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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