Mark Rutte, secretário-geral da NATO, alertou esta quarta-feira para o apoio da Rússia ao programa nuclear da Coreia do Norte. “A guerra ilegal na Ucrânia ameaça-nos a todos. (…) Estes últimos desenvolvimentos podem destabilizar a península coreana e até ameaçar os Estados Unidos da América”, disse esta quarta-feira, em Bruxelas, após uma reunião dos chefes da diplomacia da Aliança Atlântica. O ex-primeiro-ministro dos Países Baixos referiu ainda que os Estados Unidos estão a sentir-se ameaçados com a situação.
O secretário-geral defende existirem provas de um “alinhamento cada vez maior” entre a China, Irão, Rússia e a Coreia do Norte, especialmente em matérias como o conflito com a Ucrânia. A aproximação entre os países, sobretudo entre o Kremlin e Pyongyang, passa ainda pelo apoio russo ao programa nuclear norte-coreano, numa espécie de “moeda de troca”. Em troca do apoio russo, a Coreia do Norte tem enviado tropas para as regiões fronteiriças entre a Ucrânia e a Rússia, para ajudar no combate na linha da frente. Já terão sido enviados entre 10 a 12 mil soldados para o Kremlin, o que o Ocidente considerou uma “grande escalada” do conflito.
Já a China e o Irão são acusados de enviar drones e outros equipamentos para a Rússia. Pequim terá ainda ajudado Moscovo a contornar as sanções ocidentais.
As declarações de Rutte estão a ser interpretadas pelos EUA como um esforço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) de tentar convencer Donald Trump da importância de continuar a apoiar Kiev. O presidente eleito tem criticado publicamente a atuação da NATO e já mostrou ter várias reservas em relação ao apoio à Ucrânia. É também conhecida a proximidade entre o republicano e Vladimir Putin.