Os resultados confirmaram as previsões: Kemi Badenoch sucede a Rishi Sunak na liderança do Partido Conservador no Reino Unido. A primeira mulher negra a chefiar o maior partido da direita britânica, agora na oposição após 14 anos consecutivos no poder, foi declarada, neste sábado, 2, vencedoradas eleições internas com 57% dos votos, batendo Robert Jenrick.
No discurso de vitória, a deputada inglesa de origem nigeriana definiu como prioridades fazer oposição ao governo trabalhista e preparar o seu partido, “ao longo dos próximos anos”, para regressar ao poder com um plano de ação bem definido. A grande novidade, porém, foi a crítica aberta ao passado recente do partido, algo que não tinha acontecido durante toda a campanha, e que pareceu uma espécie de ensaio para uma rutura com os seus antecessores no cargo.
“Para sermos ouvidos, temos de ser honestos. Honestos quanto ao facto de termos cometidos erros”, começou por salientar, para de seguida concretizar: “Chegou o tempo de dizer a verdade, de defender os nossos princípios, de planear o nosso futuro, de reiniciar as nossas políticas e o nosso pensamento, e de dar ao nosso partido e ao nosso país um novo e merecido começo. É tempo do pôr mãos à obra. É tempo de renovar.”
O desejo de formar um governo sombra já nos próximos dias poderá ajudar a elucidar sobre o alcance destas palavras de Kemi Badenoch, que, sublinhe-se, fez parte dos últimos dois executivos conservadores, liderados por Liz Truss e Rishi Sunak. A composição da sua equipa ministeriável será, certamente, reveladora quanto ao sentido das suas intenções daqui em diante.
Numa mensagem publicada na rede social X, o primeiro-ministro Keir Starmer congratulou-a pelo resultado, sublinhando o “orgulho para o país” que significa contar, pela primeira vez, com uma mulher negra à frente de um dos grandes partidos e manifestando o desejo de trabalharem em conjunto na defesa “dos interesses do povo britânico”.