As autoridades estão a utilizar testes de ADN para ajudar a identificar os corpos e as suas famílias, pois as vítimas tinham sido obrigadas a queimar todos os seus documentos de identificação.
Os corpos exumados na zona de Shakahola, no subcondado de Malindi, no condado de Kilifi, mostram sinais de estrangulamento e de subnutrição, pois, alegadamente, o líder do culto denominado de Igreja Internacional da Boa Nova, Paul Mackenzie, pediu aos seus seguidores que jejuassem até à morte para “se encontrarem com Jesus”.
Paul Mackenzie está indiciado por vários crimes, nomeadamente homicídio, sendo que está acusado desde fevereiro, juntamente com os seus cúmplices, de torturar e matar 191 crianças.
O julgamento começa em 23 de abril.
Segundo informou a Associated Press, as emoções estavam ao rubro na casa mortuária de Malindi quando as famílias recolheram os seus entes queridos para serem enterrados.
O ministro do Interior, Kithure Kindiki, categorizou a organização ‘Good News International Ministries’, de Mackenzie, como um grupo criminoso organizado.
Mackenzie está a cumprir uma pena de prisão de um ano, depois de ter sido considerado culpado de gerir um estúdio de cinema e de produzir filmes sem uma licença válida.
Alguns quenianos indignados questionaram como é que as autoridades não se aperceberam de nenhum sinal das mortes em massa que estavam a ocorrer.
A Comissão dos Direitos Humanos do Quénia afirmou, na semana passada, que a polícia não atuou em relação a relatórios que poderiam ter evitado as mortes na remota zona de Shakahola. Várias queixas tinham sido apresentadas nas esquadras da polícia por pessoas cujos familiares tinham entrado na zona florestal.
NYC // MLL