A Tools for Humanity está a ser obrigada a recuar em Espanha por ordem da AEPD, a agência daquele país para a proteção de dados. Desde esta quarta-feira que a empresa de Sam Altman está impedida de oferecer worldcoins em troca de fotografias da íris de voluntários, como ainda terá de bloquear os dados recolhidos em todo aquele território.
A AEPD tomou esta decisão após ter recebido queixas contra a empresa e por considerar que há “informação insuficiente” sobre a “recolha de dados de menores ou a possibilidade de se retirar o consentimento”.
A advogada Mar España, diretora da AEPD, explica que estão a ser tomadas “medidas provisórias destinadas à cessação imediata deste tratamento de dados pessoais para impedir a sua possível transferência para terceiros e para salvaguardar o direito fundamental à proteção dos dados pessoais”. Desta forma, pretende-se “evitar danos potencialmente irreparáveis”, considerando-se que a não “adoção destas medidas privaria os indivíduos da proteção a que têm direito”.
Sobre a empresa
Sam Altman diz ter criado a Tools for Humanity para criar a maior rede digital e financeira do mundo e, de facto, a worldcoin tem registado uma valorização gradual.
Os dados biométricos da íris permitem provar no meio digital que estamos perante uma pessoa e não um robô que se está a fazer passar por um humano, algo cada vez mais relevante numa era em que a IA vive um desenvolvimento acelerado. A Tools for Humanity diz que está a efetuar esta recolha por motivos de segurança e para evitar fraudes online. Após a fotografia da íris, cria-se um “bilhete de identidade digital” chamado World ID que prova que aquela pessoa é real e única. Após esse processo, a empresa compromete-se a apagar as fotografias e dados biométricos recolhidos e nega a possibilidade de venda a outras entidades.
A empresa continua a fazer esta recolha de dados em Portugal, ainda que vários países estejam a suspender a atividade desta empresa, por suspeitarem da forma como os dados vão ser tratados e do objetivo final desta recolha de informação pessoal. Nas redes sociais, surgem teorias e hipóteses, com muitos a suspeitarem de que esta entrega de informação pessoal pode tornar-se prejudicial no futuro, com os dados a serem usados de forma indevida ou em ações que podem trazer danos ou limitações ao indivíduo. Ainda assim, há internautas que afirmam que tal se trata de uma oportunidade de adquirir uma criptomoeda que pode continuar a valorizar – uma perspetiva com o qual alguns analistas discordam.
SAIBA MAIS: CADA VEZ MAIS PESSOAS ESTÃO A VENDER FOTOS DA SUA ÍRIS EM TROCA DE CRIPTOMOEDAS – MAS A QUE CUSTO?