Faltam apenas duas semanas para arrancar o julgamento no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, que pode vir a colocar um ponto final na guerra interna que eclodiu, há já mais de sete meses, na Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP). Em causa está uma providência cautelar interposta por Marcos Rodrigues, o representante cabo-verdiano vencedor das eleições para a presidência daquela entidade, contra a empresária guineense Nelma Fernandes, que passou a liderar os patrões da lusofonia, após, alegadamente, um intrincado processo de votação, cujos contornos continuam até hoje por esclarecer.
Este conflito dura desde 12 de dezembro de 2022, quando Nelma Fernandes inviabilizou a eleição de Rodrigues, com a ajuda de membros de anteriores direções e alegando quotas em atraso de representantes empresariais, tornando-se presidente da confederação. Desde então, trata-se de um caso que provoca um enorme incómodo à CPLP, tendo em conta que ocorre num organismo que obteve o estatuto de observador consultivo, há mais de uma década, dentro da comunidade que junta nove países.