“Vejo com preocupação a possibilidade iminente de extradição do jornalista Julian Assange. Assange fez um importante trabalho de denúncia de ações ilegítimas de um Estado contra outro”, escreveu no sábado Lula da Silva.
A detenção de Assange “vai contra a defesa da democracia e da liberdade de imprensa. É importante que todos nos mobilizemos em sua defesa”, acrescentou o chefe de Estado brasileiro, na rede social Twitter.
O Tribunal Superior de Londres rejeitou o recurso de Assange contra a sua extradição para os Estados Unidos, avançou na sexta-feira a imprensa internacional.
Num parecer emitido na terça-feira, o juiz Jonathan Swift considerou que não são aceitáveis “nenhum dos quatro argumentos” levantados pela defesa de Assange, reafirmando a autorização de extradição assinada em 17 de junho de 2022 pela então ministra do Interior britânica, Priti Patel.
O magistrado também rejeitou, numa decisão paralela, que o jornalista de 51 anos possa recorrer de partes de uma decisão de janeiro de 2021, que indeferiu a sua extradição por considerar que apresentava risco de suicídio.
Ao negar provimento a este recurso, Swift afirmou que ele “não passa de uma tentativa de reexecutar os extensos argumentos já apresentados e rejeitados”.
A única opção que resta aos advogados de Assange é tentar apelar da decisão do juiz Jonathan Swift.
No Twitter, a mulher do fundador do WikiLeaks, Stella Assange, confirmou que na terça-feira, no final do prazo, irão apresentar recurso perante outros dois juízes do Tribunal Superior, a sua última possibilidade judicial no Reino Unido.
Se os dois juízes acabarem por rejeitar o recurso final, a única alternativa seria levar o caso ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
Julian Assange está em prisão preventiva na prisão de alta segurança de Belmarsh, em Londres, desde que foi expulso da embaixada do Equador em Londres em 11 de abril de 2019, após Quito retirar o seu asilo político.
O australiano está retido no Reino Unido há quase 13 anos, apesar de não ter sido condenado por qualquer crime.
Primeiro, ficou em prisão domiciliária devido a um processo instaurado pela Suécia, que já foi arquivado e, entre 2012 e 2019, refugiou-se na embaixada do Equador em Londres, tendo posteriormente sido enviado para a prisão de Belmarsh.
Se for extraditado para os Estados Unidos, Assange enfrentará acusações de 18 supostos crimes de espionagem e invasão de computadores por revelações no seu portal WikiLeaks.
Se condenado, o jornalista poderá enfrentar uma sentença de 175 anos atrás das grades, embora o governo dos EUA já disse pretender uma pena de entre quatro e seis anos de prisão.
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