As autoridades declararam um período de amnistia de um mês para que os cidadãos entreguem armas não registadas, sob o risco de incorrerem em penas de prisão, num esforço para as reprimir, depois de dois tiroteios em massa terem matado 17 pessoas — muitas das quais crianças.
O Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, esteve hoje presente na iniciativa, que decorreu na cidade de Smederevo, a cerca de 50 quilómetros da capital, Belgrado, noticia a Associated Press (AP).
Vucic afirmou que cerca de metade das armas recolhidas eram ilegais, enquanto a outra metade era constituída por armas registas que, ainda assim, foram entregues pelos cidadãos.
O chefe de Estado acrescentou que as armas serão enviadas para as fábricas de armas e munições do país para potencial utilização pelas forças armadas.
“Depois de 08 de junho, o Estado responderá com medidas repressivas e a punição será muito mais rigorosa”, disse Vucic, referindo-se ao fim do período de amnistia.
“Para que é que alguém precisa de uma arma automática? Ou de todas estas armas?”, questionou.
Os dois tiroteios ocorreram em dois dias consecutivos e fizeram 17 mortos e 21 feridos: a 03 de maio, um rapaz de 13 anos usou a arma do pai para abrir fogo na sua escola, no centro de Belgrado; no dia seguinte, um rapaz de 20 anos disparou aleatoriamente sobre pessoas numa zona rural a sul da capital.
Na sexta-feira, dezenas de milhares de pessoas marcharam na capital, pedindo a demissão do Governo e a proibição da promoção de conteúdos violentos nas estações de televisão.
Hoje, Vucic rejeitou os pedidos da oposição para a demissão do ministro do Interior, Bratislav Gasic, que também participou na iniciativa em Smederevo.
“Não temos qualquer intenção de substituir Gasic, que está a fazer um excelente trabalho”, afirmou o Presidente, perguntando “o que é que a polícia fez de errado”.
Os partidos da oposição acusaram o Governo populista de Vucic de alimentar a intolerância e o discurso de ódio enquanto assume o controlo de todas as instituições.
Vucic rejeitou tal acusação e convocou o seu próprio comício para 26 de maio, em Belgrado, dizendo que será “o maior de sempre”.
JO (ANC) // JPS