As acusações de Kemal Kilicdaroglu surgiram horas depois de outro candidato ter abandonado a corrida eleitoral, após ter sido alvo de uma campanha de difamação ‘online’, noticiou a agência Associated Press (AP).
“Caros amigos russos, vocês estão por trás das montagens, conspirações, falsificações e gravações que vieram à tona neste país ontem [quarta-feira]”, publicou Kilicdaroglu na rede social Twitter.
“Se vocês querem a nossa amizade depois de 15 de maio, não toquem no Estado turco. Somos sempre a favor da cooperação e da amizade”, acrescentou.
Muharrem Ince, um dos quatro candidatos às eleições presidenciais turcas do próximo domingo, anunciou esta quinta-feira, a retirada da sua candidatura, uma decisão que poderá favorecer Kemal Kiliçdaroglu.
“Retiro a minha candidatura”, declarou numa conferência de imprensa o líder do partido Memleket (Pátria), que reunia entre 2% a 4% das intenções de voto, segundo as mais recentes sondagens.
Vários quadros do seu partido demitiram-se nos últimos dias por recearem que a candidatura de Ince impedisse Kemal Kiliçdaroglu, o principal candidato da oposição, de vencer o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que está no poder há vinte anos.
Nas eleições de domingo, a oposição apresenta uma frente unida de seis partidos que tem um único candidato à Presidência, Kemal Kiliçdaroglu, líder do maior partido da oposição turca (Partido Republicano do Povo – CHP, social-democrata).
As eleições presidenciais e legislativas na Turquia realizam-se em 14 de maio e serão decisivas para a manutenção, ou não, do Presidente Recep Tayip Erdogan e do seu partido AKP, no poder há duas décadas.
A última sondagem divulgada esta quinta-feira pelo reconhecido Instituto Konda atribui a Kiliçdaroglu 49,3% das intenções de voto na primeira volta, contra 43,7% de Erdogan e 2,2% de Muharrem Ince.
Um quarto candidato, Sinan Ogan, regista 4,8% das intenções de voto, de acordo com o mesmo estudo.
Perto de 61 milhões de eleitores vão decidir o futuro do país, incluindo mais de três milhões de turcos que vivem fora do seu país, incluindo em Portugal, que votam antecipadamente.
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