Matteo Messina Denaro, de 60 anos, considerado o chefe máximo da máfia siciliana, andava em fuga há cerca de trinta, mas esta segunda-feira as autoridades detiveram-no na capital da Sicília, Palermo. Denaro, líder da cúpula da Cosa Nostra, uma sociedade criminosa secreta que se desenvolveu na primeira metade do século XIX na região, era o mafioso mais procurado de Itália.
Passavam poucos minutos das 9h30 desta segunda-feira quando Denaro foi detido, segundo o comandante da polícia, Pasquale Angelosanto, enquanto se encontrava numa clínica privada para “realizar tratamento” oncológico, avança o jornal italiano La Repubblica. O criminoso estaria a receber tratamento devido a um tumor há mais de um ano.
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Matteo Messina Denaro foi transferido para o quartel de San Lorenzo, depois foi levado para o aeroporto Boccadifalco para ser colocado numa prisão de máxima segurança, como escreve o RaiNews. A sua captura ocorre numa altura em que se intensificam as investigações contra o crime organizado conduzidas pelos procuradores de Palermo, Maurizio de Lucia e Paolo Guido.
Em 1992, Denaro foi condenado a prisão perpétua pela participação nos assassinatos de dois procuradores anti-máfia, Giovanni Falcone e Paolo Borsellino. Além disso, enfrenta ainda outra sentença de prisão perpétua pelos ataques bombistas em Florença, Roma e Milão, que mataram 10 pessoas em 1993. Matteo Messina Denaro era considerado o último grande chefe da máfia que ainda estava a monte.
“Uma grande vitória para o Estado”
A primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni, já reagiu à sua detenção no Twitter. “Uma grande vitória para o Estado, que mostra que não desiste perante a máfia. No aniversário da prisão de Totò Riina, outro chefe do crime organizado, Matteo Messina Denaro, é levado à justiça”, escreveu.
Guido Crossetto, ministro da Defesa, deu também os “parabéns à polícia, ao tribunal, às milhares de pessoas que trabalham todos os dias, em silêncio, para defender a justiça”, destacando os magistrados e os procuradores.
Também o antigo primeiro-ministro e líder do partido Italia Viva (IV), Matteo Renzi, parabenizou os envolvidos. “Este é um dia de celebração para todo o país. Parabéns a todos os que trabalharam na investigação, começando pelos investigadores e pela polícia. Hoje é um dia de felicidade. Bom trabalho a todos. Viva a Itália”.