O lançamento do foguetão lunar laranja e branco, que será o primeiro da plataforma de lançamento 39B no Centro Espacial Kennedy, na Florida, está previsto para uma “janela de oportunidade” de duas horas que se abre às 19:17 em Lisboa.
As condições meteorológicas são 60% favoráveis no início desta janela de oportunidade, melhorando gradualmente para 80%.
Pouco antes das 11 da manhã de Lisboa, o diretor de lançamento, Charlie Blackwell-Thompson, deu luz verde para começar a encher os depósitos do foguetão com combustível, mas cerca de uma hora depois foi detetado uma fuga na base.
O fluxo foi interrompido enquanto as equipas procuravam uma solução, mas a NASA não indicou se o tempo de descolagem poderá ser afetado.
Na segunda-feira o voo de teste do SLS, que tem acoplada no topo a nave Orion, que irá orbitar a Lua com três manequins a bordo, foi adiado devido a uma fuga de combustível, a uma falha numa válvula e ao insuficiente arrefecimento de um dos quatro motores principais.
No caso de o lançamento ser novamente hoje adiado, a descolagem poderá ser eventualmente remarcada para segunda ou terça-feira. Seria então necessário esperar até 19 de setembro, no mínimo, por causa das posições da Terra e da Lua.
A concretizar-se, o lançamento do SLS, sucessivamente adiado ao longo dos anos, marca o início do programa lunar Artemis, com que os Estados Unidos pretendem regressar à superfície da Lua em 2025, um ano depois do previsto, colocando no solo a primeira astronauta mulher e o primeiro astronauta negro. A última alunagem foi há cerca de 50 anos, em dezembro de 1972.
Em 2024, a NASA quer levar astronautas novamente para a órbita lunar.
O SLS, de 98 metros de altura, é o foguetão mais potente da NASA desde o Saturno V, que levou astronautas à Lua, entre 1969 e 1972, no âmbito do programa Apollo. Apenas astronautas norte-americanos, 12 ao todo, estiveram na Lua.
Tal como o Saturno V, o SLS não é reutilizável, pelo que terão de ser construídas novas unidades para novas missões.
O novo foguetão, que tem o dobro da altura do Elevador de Santa Justa, em Lisboa, transportará, na primeira missão, dez microssatélites científicos (do tamanho de uma caixa de sapatos) que, depois de largados no espaço, permitirão estudar os efeitos da radiação, um asteroide ou a superfície gelada da Lua.
Parcialmente reutilizável, a nave Orion permanecerá no espaço mais tempo que qualquer outra nave para astronautas, sem acoplar a uma estação espacial, e regressará à Terra mais rápido e mais quente. O seu escudo térmico é o maior alguma vez construído.
A Orion tem um módulo europeu (da Agência Espacial Europeia, ESA) que a levará ao seu destino e de regresso a “casa”, permitindo aos astronautas de missões futuras terem luz, água, oxigénio, nitrogénio e controlo de temperatura.
Os manequins que seguem a bordo na primeira missão têm sensores para testar os efeitos da radiação, aceleração e vibração.
A nave irá voar em redor da Lua, depois de se separar do foguetão SLS, numa órbita distante durante algumas semanas antes de regressar à Terra e amarar no oceano Pacífico.
A primeira missão do programa Artemis tem a duração de mês e meio e serve para testar o desempenho e a segurança do voo do SLS e da Orion.
Com o novo programa lunar, a NASA espera “estabelecer missões sustentáveis” na Lua a partir de 2028 com o intuito de enviar posteriormente astronautas para Marte. A partida para estas missões lunares ou para Marte será feita de uma estação espacial a instalar na órbita da Lua, a Gateway.
Na mitologia grega, Artemis (Ártemis em português) era irmã gémea de Apollo (Apolo) e deusa da caça e da Lua.
AAT (ER)// HB