Na primeira grande entrevista que Alec Baldwin deu depois do acidente trágico que matou a diretora de fotografia do filme Rust, Halyna Hutchins, durante as filmagens, o ator afirmou não ter premido o gatilho da arma. “O gatilho não foi premido. Eu não premi o gatilho”, referiu, em exlcusivo à ABC News, que emite esta quinta-feira a conversa completa.
Ao jornalista da cadeia televisiva, George Stephanopoulos, que já definiu a entrevista de 80 minutos como crua e intensa, Baldwin garantiu que “nunca apontaria uma arma a ninguém e dispararia sobre essa pessoa”, acrescentando que não faz ideia de como uma bala real pode ter ido parar ao local das filmagens, no rancho Bonanza Creek, perto de Santa Fé, Novo México. “Alguém pôs uma bala verdadeira na arma, uma bala que nem sequer devia estar naquela propriedade”, afirmou.
A ABC News partilhou um preview da conversa, gravada esta terça-feira, em que Baldwin parece “devastado”, tal como Stephanopoulos descreveu no programa Good Morning America, na última quarta-feira, além de referir que o ator foi “muito franco” e que esta tinha sido a entrevista mais “intensa” que fez em 20 anos de trabalho.
“Ela era amada por todos com quem trabalhava e admirada… quer dizer, ainda hoje me é difícil acreditar que morreu. Não me parece real”, referiu ainda o ator. Depois de ter sido alvejada no peito a 21 de outubro, Halyna Hutchins, de 42 anos, foi transportada de helicóptero para um hospital próximo do local das filmagens, onde o óbito foi declarado pelos médicos. Também atingido, o realizador do filme, Joel Souza, de 48 anos, foi hospitalizado, mas, ao contrário do que foi inicialmente noticiado, não sofreu ferimentos graves e teve alta algumas horas depois.
Permanece ainda um mistério a forma como o acidente aconteceu, assim como todos os pormenores relacionados com o momento, com várias versões a serem contadas. Supostamente, Dave Halls, assistente de realização, foi quem deu a arma ao ator, garantindo que não estava carregada, que terá chegado ao assistente através da armeira Hannah Gutierrez-Reed.
Dias depois do acidente, foi anunciado que sete pessoas que trabalhavam no filme demitiram-se antes do incidente, invocando, entre outras, questões de segurança, noticiou, na altura, a agência de notícias Associated Press. Também os jornais norte-americanos Los Angeles Times e The New York Times noticiaram, citando membros da equipa do filme não identificados, que dias antes do incidente fatal, Baldwin já tinha feito dois disparos com balas reais, acidentalmente, por ter usado uma arma que lhe tinham dito que não estava carregada com munições.
Já este mês, a guionista do filme, Mamie Mitchell, referiu que iria processar Baldwin por ter disparado uma arma sem garantir que não estava carregada, assim como os produtores do filme, e na última terça-feira o Gabinete do Xerife do Condado de Santa Fé emitiu um mandado de busca, referindo que pode ter sido encontrada a fonte da bala.
Além desta entrevista em exclusivo, Alec Baldwin já tinha dado uma breve entrevista, em outubro, ao site norte-americano TMZ, pedindo essencialmente que os paparazzi deixassem de o perseguir, assim como à sua família.