“Para evitar o agravamento do estado de saúde de Mikhail Saakashvili e devido ao aumento do risco para a sua segurança, foi transferido da prisão para o estabelecimento médico para detidos”, indicaram os serviços penitenciários num comunicado.
O anúncio foi feito pouco antes de uma grande manifestação marcada para hoje à noite por partidários do ex-presidente em Tiblíssi, a capital, onde Saakashvili planeava requerer a hospitalização num hospital civil e não numa unidade de saúde prisional.
Hoje de manhã, os médicos que examinaram Saakashvili apontaram para um “alto risco de complicações” e para a “necessidade de tratamento urgente numa clínica multifuncional bem equipada”.
Segundo o enviado georgiano para os direitos humanos, Nino Lomjaria, um hospital-prisão não atende a esses critérios.
Presidente pró-Ocidente de 2004 a 2013 e agora considerado líder da oposição, Saakashvili foi preso a 01 de outubro ao regressar ao país após oito anos de exílio, pouco antes das eleições municipais vencidas pelo partido Sonho Georgiano, no poder.
Imediatamente após a prisão, Saakashvili iniciou uma greve de fome para protestar contra a sua detenção, resultado de uma condenação de 2018 por “abuso de poder”, que denuncia como “puramente política”.
A oposição georgiana, da qual o Movimento Nacional Unido (MNU), de Saakashvili, é figura de proa, tem organizado várias manifestações para pedir a libertação do ex-Presidente e para denunciar os resultados das eleições municipais.
Personagem carismático e ambivalente, conhecido por ter lutado com eficácia contra a corrupção, mas também muito criticado pela desastrosa guerra de 2008 contra a Rússia, Saakashvili deixou a Geórgia em 2013.
A detenção veio agravar ainda mais a crise política no país, que começou com as eleições legislativas de 2020, ganhas também pelo partido Sonho Georgiano e consideradas fraudulentas pela oposição.
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