A 7 de janeiro, um “pequeno” grupo de cerca de 300 italianos juntou-se, sem máscara ou qualquer distanciamento físico, numa rua de Roma, Itália, para homenagear três jovens assassinados na capital italiana, nesse mesmo dia, em 1978.
Em perfeito uníssono, realizaram a conhecida saudação nazi, esticando os braços direitos por respeito às três vítimas mortais, todas elas membros do Movimento Social Italiano, alegadamente assassinadas por militantes de esquerda.
Franco Bigonzetti e Francesco Ciavetta tinham 20 e 18 anos, respetivamente, e foram mortos a tiro perto da sede do partido, enquanto se preparavam para distribuir panfletos. Já Stefano Recchioni, que tinha 19 anos, foi assassinado umas horas depois.
A homenagem aconteceu em frente à antiga sede do partido e foi organizada pelo movimento neofascista italiano Casapound, fundado em 2003 por Gianluca Iannone.
Nesse mesmo dia, durante a manhã, Giorgia Meloni, presidente do partido Fratelli d’Italia, tinha já prestado uma homenagem a estas vítimas, referindo-se a este acontecimento como uma “ferida nunca sarada”.
O mesmo tinha já acontecido em 2020, com centenas de pessoas a realizarem a saudação romana em homenagem às três vítimas mortais:
Em 2019:
E em 2018:
Mas este tipo de homenagem não é raro em Itália, um país onde alguns se assumem como saudosistas de Benito Mussolini, o ditador fascista que governou entre 1922 e 1943 . Em 2018, por exemplo, cerca de 200 ativistas reuniram-se em Milão para assinalarem o 43º aniversário da morte de Sergio Ramelli, ativista de extrema-direita, assassinado a 29 de abril de 1975. Junto ao seu memorial, realizaram a saudação fascista.
Em 2017, o Parlamento italiano propôs um projeto de lei para proibir definitivamente a saudação fascista, a memorabilia e outras manifestações públicas em prol da ideologia, mas a legislação não foi aprovada pelo Senado.