A partir de agora, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla inglesa) do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos deixará de ter acesso direto aos dados do coronavírus. Estes passarão a ser reencaminhados, primeiro, para a Administração Trump.
Em declarações ao New York Times, Michael Caputo, secretário assistente dos assuntos públicos do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, afirma que “o novo sistema de dados mais rápido e completo é o que nossa nação precisa para derrotar o coronavírus”. Acrescenta, também, que o CDC continuará a participar em todas as decisões apesar de já não ter controlo sob os dados.
Segundo o New York Times, o banco de dados que receberá as novas informações não vai estar à disposição do público. Isto “pode afetar o trabalho dos investigadores e funcionários da saúde que dependem dos dados da CDC para fazer projeções e decisões cruciais” relativas ao desenvolvimento da pandemia.
O ex-diretor do CDC, Dr. Richard Besser, defende que esta decisão tomada por Washington constitui “um passo atrás” na resposta que o país pretende dar à evolução da pandemia. Em entrevista ao programa televisivo New Day, declara que este “é mais um exemplo de que o CDC está a ser colocada de parte. Os dados não deveriam apenas chegar ao CDC. Também o próprio CDC devia divulgar a informação aos meios de comunicação todos os dias”. O ponto mais crítico de os dados passarem a estar diretamente sob a alçada do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos é que “eles poderão vir a ser cada vez mais politizados, e essa é a última coisa que queremos”, acrescenta.
Apesar do aumento cada vez maior do número de casos nos EUA, Donald Trump não parece querer recuar na ideia de reabrir as escolas o mais rápido possível. O presidente afirma que vai continuar a pressionar os governadores a avançar com a decisão, embora os documentos do CDC mostrem claramente que a reabertura das escolas constitui o “maior risco” de disseminação de coronavírus no país, como relata a CNN.