Em Xi’an, cidade com 12 milhões de pessoas no centro da China, o número de divórcios aumentou exponencialmente. Segundo vários funcionários de conservatórias, citados pelo jornal chinês de língua inglesa Global Times, nas duas semanas seguintes ao fim da quarentena atingiram-se números nunca antes vistos de pedidos de dissolução de casamentos.
Uma das razões avançadas é óbvia: o facto de os serviços terem estado fechados um mês. Mas outro é o tempo que os casais passaram juntos. ” Em resultado da epidemia, muitos casais ficaram presos em casa mais de um mês, o que exacerbou os conflitos”, descreveu um funcionário de apelido Wang.
A situação não se restringe a Xi’an (situado a menos de 800 quilómetros de Wuhan, onde começou o surto). Por toda a China, há relatos de um crescimento nunca antes visto de pedidos de divórcio. Em Dazhou, no sudoeste do país, mais de 300 casais pediram a dissolução do casamento. “A taxa de divórcios subiu muito, comparado com antes do surto”, disse à imprensa local Lu Shijun, responsável por uma das conservatórias. “Os jovens têm passado muito tempo em casa. Tendem a discutir por razões insignificantes e depois vão a correr pedir um divórcio.”
A afluência tem sido tanta que algumas cidades decidiram limitar o número de marcações a 10 por dia. No entanto, ainda segundo o funcionário Wang, citado pelo Global Times, alguns casais arrependem-se e voltam à conservatória horas depois para se casarem novamente.