Trata-se do primeiro produto feito a partir dos terrenos circundantes ao centro da explosão nuclear de 1986. Ao longo dos últimos anos, vários especialistas têm trabalhado naquela área com o objetivo de perceber como a terra tem recuperado do acidente, avaliando o processo de contaminação e transferência de radioatividade.
“O nosso plano era [usar o grão de centeio] para fazer uma bebida espirituosa” explica um dos cientistas, citado pela BBC. Acabou por ser uma vodka, uma bebida destilada, com cerca de 40% de teor alcoólico, muito popular na Rússia e na Polónia, mas também noutros países da Europa de Leste. Por enquanto existem poucos exemplares, mas a ideia é multiplica-los e comercializar a bebida, usando as receitas para ajudar as comunidades economicamente afetadas pelo desastre.
Mas a pergunta que se impõe talvez seja: é mesmo seguro beber vodka proveniente de Chernobyl?
Os cientistas dizem que sim. A destilação do centeio “ligeiramente contaminado” e da água garante que a impurezas sejam removidas e, como tal, seja seguro consumir a bebida. “Pedimos a nossos colegas da Universidade de Southampton, que têm um laboratório incrível de análise de rádio, para ver se conseguiam encontrar radioatividade. (…) Eles não conseguiram encontrar nada – tudo estava abaixo do limite de detecção” afirma Jim Smith, da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido.
Gennady Laptev, cientista do Ukrainian Hydormet Institute, em Kiev e membro fundador da recém-criada Chernobyl Spirit Company, explica que “não precisamos abandonar a terra. Podemos usá-la de diversas maneiras e podemos produzir algo que ficará totalmente limpo da radioatividade”.
As garrafas de Atomik começarão por ser vendidas em Chernobyl e espera-se que tenham sucesso entre os turistas que todos os anos visitam a cidade.
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