Primeiro, em Moçambique. O ciclone tropical Idai atingiu a cidade costeira da Beira com ventos que chegaram aos 200 quilómetros por hora e chuvas fortes, causando extrema devastação ao longo de toda a costa, atingindo Sofala, Zambézia e as províncias de Inhambane.
Traduzido em números, sabe-se que arrasou 90% da área em redor da cidade da Beira, cortando estradas principais, submergindo edifícios e, obviamente, encerrando todos as lojas. Cinco dias depois, ainda não há energia na Beira nem nos arredores, e as linhas de comunicação estão destruídas. O hospital também sofreu graves danos no bloco operatório e em várias alas, e todos os 17 centros de saúde perderam os seus telhados.
Há já outros números confirmados pelos Médicos Sem Fronteiras (MSF) e que ajudam a compor o retrato dramático: 84 mortes confirmadas, mais de 1500 feridos – mas as autoridades locais já reconheceram que estes números podem ser largamente ultrapassados.
Mas os danos do Idai não ficam por aqui – depois de atravessar Moçambique, o ciclone fez ainda estragos no Zimbabué, cuja situação mais grave é na zona de Chimanimani, onde há várias estradas cortadas e se acede apenas de helicóptero, e também no Malawi, onde os números oficiais confirmam 56 mortes, 577 feridos e 3 desaparecidos, além das muitas casas submersas e as cercfa de 11 mil famílias deslocadas.