Os ministros da Indústria, Richard Harrington, do Digital, Margot James, e da Energia, Claire Perry, pediram à chefe do governo britânico que se comprometa a estender o Artigo 50 do Tratado de União Europeia, que rege a saída de um Estado-Membro, se nenhum acordo for aprovado pelo parlamento a tempo.
“Esse compromisso seria recebido com alívio por uma grande maioria de deputados, empresas e seus empregados”, escrevem os governantes, favoráveis à manutenção na UE, no jornal The Daily Mail.
Se a líder conservadora não fizer a promessa esta semana, os três membros do Governo ameaçam renunciar “para evitar um desastre”.
Segundo o tabloide, outros 15 membros do governo estariam prontos a renunciar para evitar um “não acordo”.
“À medida que o ‘dia D’ se aproxima, achamos que é nosso dever fazer algo para ajudar a evitar esse desastre”, explicou Margot James à BBC.
Três importantes ministros tinham pedido na semana passada um adiamento do ‘Brexit’ por falta de acordo validado a tempo pelos parlamentares britânicos.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse na segunda-feira que tinha discutido com Theresa May o “contexto legal e processual de uma possível extensão” do adiamento da data do ‘Brexit’, marcada para 29 de março.
“Eu acho que, dada a situação em que estamos, o tempo adicional seria uma solução racional”, afirmou.
Mas a primeira-ministra britânica considera que pode evitar esse cenário.
Provocando alguma contestação no Reino Unido, May adiou domingo, “até 12 de março”, o voto dos deputados britânicos sobre o acordo do ‘Brexit’. A governante diz que quer dar mais tempo para tentar renegociar o texto com Bruxelas antes do prazo final.
O Partido Trabalhista, o principal partido de oposição britânico, disse estar pronto para apoiar uma emenda propondo a organização de um segundo referendo sobre a saída da UE, a fim de evitar o ‘Brexit’ “destrutivo” para os conservadores, acrescentando pressão sobre os ombros de Theresa May.
O chefe do governo britânico reúne-se hoje de manhã com os ministros, antes de falar perante os deputados, ao meio-dia.
com Lusa