Uma bebé com um mês recebeu, em Vanuatu, país no oceano Pacífico Sul, a primeira vacina do mundo entregue por um drone comercial, que demorou apenas 25 minutos para percorrer cerca de 40 km sobre várias montanhas escarpadas.
O destino foi Cook’s bay, baía que não tem eletricidade nem qualquer unidade de saúde, acessível apenas por um caminho a pé que demora horas a ser percorrido ou através de pequenos barcos locais.
Neste país, uma em cada cinco crianças perdem vacinas essenciais durante a infância, devido à escassez de meios e pessoas para as administrarem.
Mas Joy Nowai, que nasceu a 15 de novembro, recebeu, depois da aterragem do drone, as vacinas contra a tuberculose e hepatite B, que deveriam ter sido administradas até um dia depois do seu nascimento (não havia enfermeiras disponíveis).
Além dela, mais 13 crianças e cinco grávidas receberam vacinas, todas elas contra a tuberculose, hepatite B, sarampo, rubéola e poliomielite.
A UNICEF, agência das Nações Unidas que promove a defesa dos direitos das crianças, que apoiou o programa, defende que este feito é um grande passo para a saúde mundial e que os drones podem ser uma grande viragem no sentido de se alcançarem todas as crianças.
De acordo com a agência, o Vanuatu, que é formado por mais de 80 ilhas remotas e montanhosas que se estendem por mais de 1300 quilómetros e estradas limitadas, é um local particularmente difícil para o fornecimento de vacinas, que precisam de ser armazenadas em temperaturas muito específicas.
‘É extremamente difícil carregar caixas de gelo para manter as vacinas frescas enquanto atravessamos rios e montanhas, debaixo da chuva”, diz Miram Nampil, enfermeira que administrou as vacinas, que explica que as viagens de barco também não são eficazes, por serem, várias vezes, canceladas devido ao mau tempo.
O governo de Vanuatu pretende, agora, integrar a entrega de vacinas através de drones no seu programa nacional de imunização, assim como utilizar esta tecnologia para distribuir outros medicamentos.