A tensão política com a Rússia e a troca de palavras bélicas entre os EUA e a Coreia do Norte levaram o Governo Sueco a tomar uma atitude: reativar antigos bunkers nucleares e construir novos.
A Suécia tem 65 mil bunkers nucleares espalhados pelo país e bem à vista de todos – em caso de emergência basta procurar o sinal que tem um triângulo azul dentro de um quadrado cor de laranja, normalmente estão em edifícios públicos como escolas ou centros comerciais –, mas um relatório feito pela Agência Sueca de Contingências Civis (MSB na sigla sueca) recomendou a construção de abrigos nucleares para, pelo menos, mais 50 mil pessoas. Os 65 mil existentes comportam cerca de 7 milhões de pessoas, só que o aumento do número de habitantes – chegaram aos 10 milhões este ano – obrigou o Governo a repensar a sua estratégia.
Recorde-se que, apesar de a Suécia não fazer fronteira com a Rússia, embora esteja perto, também não faz parte da NATO, pelo que a sua defesa está nas próprias mãos.
O estudo da MSB revelou que muitos dos bunkers construídos, principalmente durante o tempo da Guerra Fria, precisam de intervenções, nomeadamente ao nível dos sistemas de ventilação que estão, agora, obsoletos. A missão é para ser levada a cabo nos próximos 10 anos e vai custar cerca de €205 milhões. O objetivo é proteger a população de qualquer tipo de ataque, seja nuclear, biológico ou à bomba.
Os abrigos da Ilha Báltica de Gotland já foram reativados depois de o local ter sido identificado como alvo provável para uma invasão russa e já há tropas no terreno.
Esta nova estratégia militar vem na sequência do anúncio feito, em fevereiro, pelo Executivo de reintroduzir o serviço militar obrigatório a partir de 2018. Oito anos após a sua abolição, a Suécia conta ter nas suas fileiras quatro mil jovens nascidos a partir de 1999.
Apesar dos quilómetros e quilómetros de bunkers, estão longe de ser o país da Europa com mais refúgios. A Suíça tem mais espaço nos seus 300 mil abrigos nucleares do que população (8,3 milhões), sobrando para países vizinhos ou turistas.