A conversa durou uma hora e meia, mas “podia ter durado muito mais tempo”, afirmou Donald Trump, já perante os jornalistas, após o primeiro encontro com Barack Obama, que considerou “um homem muito bom”. Em plena Sala Oval, na Casa Branca, o Presidente dos Estados Unidos ainda em exercício não fez por menos e falou numa “excelente conversa” com o sucessor, que o deixou “encorajado”.
Na linha do Donald Trump apaziguador que discursou depois do triunfo eleitoral, o republicano acrescentou que aguardava “com expetativa” poder “trabalhar com o Presidente e inclusive receber conselhos dele”, naquele que foi o primeiro contacto pessoal entre os dois. “Foi uma reunião para nos conhecermos, nunca nos tínhamos encontrado”, sublinhou o mesmo homem que lançou dúvidas sobre a nacionalidade de Obama e que, durante a campanha eleitoral, defendeu que o atual chefe de Estado “é talvez o pior Presidente da história dos Estados Unidos”.
Num encontro que era suposto ter durado dez a quinze minutos e incidido sobre o processo de transição, acabaram por ser abordados assuntos de política externa e interna. No final, Obama, que não se cansou de fazer campanha por Hillary Clinton e chegou a dizer que o comportamento de Trump não o habilitava sequer a trabalhar num supermercado, ofereceu o primeiro conselho ao sucessor, em jeito de brincadeira. “Aqui vai uma boa: não responda quando eles começam aos gritos”, atirou, bem-disposto, face ao reboliço dos jornalistas, impedidos de fazerem perguntas.
De acordo com o The Wall Street Journal, o casal Obama não quis posar ao lado do casal Trump para a fotografia de transição (como aconteceu há oito anos quando George e Laura Bush deram aos boas-vindas aos sucessores), mas Michelle Obama fez de antifriã a Melania Trump e, segundo Barack Obama, recebeu a futura primeira-dama de braços abertos.