O Alto Comité Negocial (HNC) da oposição síria apresentou esta quarta-feira um plano que propõe um período negocial entre si e o atual governo e, posteriormente, um governo de transição que durante 18 meses iria cimentar o caminho para uma democracia, elaborando uma constituição para o país e dando tempo ao presidente sírio de abandonar o poder. No final destes 18 meses, seriam realizadas eleições que teriam como propósito eleger um parlamento, um novo executivo e um novo presidente da república.
Riyad Hijab, o coordenador do HNC e antigo primeiro ministro, afirmou na conferência de imprensa de introdução ao plano que “esta é uma visão para os sírios e para toda a Síria”. Hijab manifestou ainda o desejo de livrar a Síria de todo o “extremismo e terrorismo” e afastar o país da “ditadura, da corrupção e de uma polícia estatal que destruiu o páis, causou problemas à região – o Médio Oriente – e ameaça a segurança mundial”.
Numa coluna de opinião publicada no jornal The Times, Boris Johnson, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, apoiou a proposta de plano de paz apresentada pelo HNC, afirmando que esta é a “proposta mais credível de uma Síria sem Assad” e que responde a todas as reservas que a Rússia – a maior aliada da Síria – poderia ter quanto ao país num futuro sem o atual presidente.
“Ainda há esperança para que esta visão resulte” escreveu Johnson, mas para que tal aconteça “os russos e os americanos têm de criar um cessar-fogo, as negociações de paz têm de se reiniciar em Genebra com a diferença de que, possivelmente por essa altura, todas as partes envolvidas já tenham a base de uma Síria pós-Assad”.
Por seu lado, porém, o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio manifestou-se quanto às palavras de Boris Johnson e quanto ao plano de paz, dizendo que o britânico “não se encontra a par da realidade síria” e que estes comentários só mostram o papel que o Reino Unido tem desempenhado na “agressão” à Síria e que “o tempo do império colonial britânico” é algo que não vai voltar.