Após três horas de interrogatório, o antigo Presidente do Brasil falou aos jornalistas e disse que se sentiu “um prisioneiro” quando foi detido para depor no âmbito operação Lava-Jato. Em conferência de imprensa na sede do Partido dos Trabalhadores, após três horas de interrogatório, Lula da Silva afirmou que não tem “nada a temer”. E foi mais longe. Afirmando ter-se sentido “um prisioneiro hoje de manhã”, o antigo presidente brasileiro acrescentou que “jamais se recusaria a prestar depoimento” e que o juiz não precisava de o ter “mandado deter” para interrogatório.
Numa longa conversa com os jornalistas e apoiantes, Lula da Silva aproveitou ainda para esclarecer que não está “indignado” com os jornalistas, mas sim “com determinados meios de comunicação e com o julgamento precipitado”.
Ministério Público: Lula da Silva e Dilma beneficiaram da corrupção
O procurador do Ministério Público Federal do Brasil Carlos Fernando dos Santos Lima disse que tanto o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a atual chefe de Estado, Dilma Rousseff, beneficiaram dos esquemas de corrupção na Petrobras.
Falando sobre as investigações contra Lula da Silva, detido hoje para depor, no âmbito da 24.ª fase da operação Lava-jato, que investiga um alegado esquema de corrupção que envolve empresas privadas e públicas, incluindo a Petrolífera Petrobras, o procurador citou vantagens supostamente obtidas pela Presidente em exercício.
“Como já foi dito pelo Procurador-Geral da República, este esquema de corrupção na Petrobras é um esquema de compra de apoio político partidário. É neste sentido que existe a vinculação da Presidente Dilma porque ela é a chefe de Estado”, disse.
Santos Lima fez questão de dizer, porém, que Dilma não é investigada na Operação Lava-Jato.
“Não investigamos ninguém com foro privilegiado em Curitiba. Se aparecer qualquer indício da participação de algum envolvido que tenha foro privilegiado nós remeteremos a informação para Brasília”, declarou.
Mesmo que o seu nome não seja vinculado como participante ativa do escândalo, a credibilidade pessoal da Presidente brasileira deve ser abalada pelo caso porque Lula da Silva, que é seu padrinho político, passou a figurar entre os suspeitos de obter vantagens no esquema de corrupção da Petrobras.