Manter “um braço de distância” de homens desconhecidos. É esta a sugestão da presidente da câmara de Colónia que está a merecer um coro de críticas.
Uma onda aparentemente coordenada de crimes sexuais e assaltos marcou as festividades da passagem de ano na cidade alemã, com a polícia a receber mais de 100 queixas de mulheres contra grupos de homens, “de aparência árabe ou norte-africana”. Também na cidade de Hamburgo foram denunciados 39 casos de agressão sexual e 14 assaltos.
Foi no rescaldo desta onda de crimes, que a polícia alemã classifica como tendo “uma dimensão totalmente nova” e que desencadeou um aceso debate público sobre o acolhecimento de migrantes, que a autarca de Colónia, Henriette Reker, veio a público sugerir que, para se protegerem, as mulheres devem manter “uma certa distância de mais um braço” em relação a homens desconhecidos.
Mais tarde, repetiu o conselho e acrescentou: “As mulheres também seriam inteligentes se não abracessem todas pessoas que conhecem e que parecem simpáticas.”
As redes sociais não tardaram a reagir às declarações da autarca, com a hashtag “#einearmlaenge” (“à distância de um braço”) a tornar-se viral na Alemanha, ridicularizando a sugestão.
O próprio ministro da Justiça, Heiko Maas, twitou: “Não me parecem grande coisa as dicas de como-se-comportar para as mulheres como ‘#einearmlaenge’. A responsabilidade não é das mulheres, é dos perpetradores.”
Henriette Reker emitiu, depois, um comunicado, dizendo que a cobertuda dos meios de comunicação dava a impressão de que as suas iniciativas de prevenção de agressões sexuais se limitam a dicas de comportamento para as mulheres, o que não é o caso.