A bomba H usa a fusão de isotopos de hidrogénio para criar a libertação rápida de energia. E se as bombas atómicas usadas em Hiroshima e Nagasaki, que mataram mais de 200 mil pessoas, criaram explosões equivalentes a 16 quilotoneladas, uma bomba de hidrogénio pode chegar às 50 megatoneladas – milhares de vezes superior.
Enquanto a energia de uma bomba atómica nasce da fissão, ou divisão de um atómo, a de uma bomba de hidrogénio é muito mais complexa: usa a fusão dos atómos, para o que é necessária uma temperatura de milhões de graus centígrados, alcançada atrás de uma reação primária de fissão.
E é precisamente uma bomba destas que a Coreia do Norte garante ter testado com sucesso. “O primeiro teste de bomba de hidrogénio da República foi realizado com sucesso às 10:00 [01:30 em Lisboa] do dia 06 de janeiro, 2016, assente na determinação estratégica do Partido dos Trabalhadores”, anunciou a televisão estatal norte-coreana.
“Com o sucesso total da nossa histórica bomba H, juntámo-nos ao grupo dos Estados nucleares avançados”, acrescentou Pyongyang, esclarecendo que o teste foi feito com um dispositivo “miniaturizado”.
As armas termonucleares foram desenvolvidas pelos Estados Unidos há mais de 60 anos, mas a União Soviética, o Reino Unido, a China e a França seguiram-lhes os passos. A primeira bomba foi testada em 1952.
No mês passado, durante uma inspeção militar, Kim sugeriu que Pyongyang tinha já desenvolvido uma bomba de hidrogénio, apesar de o anúncio ter sido acolhido com ceticismo por especialistas internacionais.
Face ao anúncio desta quarta-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas convocou uma reunião de emergência para esta quarta-feira, à porta fechada.