Elton John pediu para liderar o combate à Sida e ao vírus VIH durante uma reunião do comité do senado norte-americano que discutiu o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Combate à Sida. O músico, que criou em 1992 uma fundação de luta contra a doença, considera que o país deve manter o seu papel de liderança neste campo. “Porque o povo americano tem o optimismo, a ingenuidade e a vontade de fazer a diferença, as vidas de milhões de pessoas em todo o mundo foram salvas.”
O músico britânico alertou os senadores para o facto de a epidemia ainda não ter terminado e recordou que o número de casos nos Estados Unidos continua a ser preocupante. Elton John diz que pode desempenhar um papel ainda mais importante no combate à sida e definiu como objetivo a erradiação total do vírus enquanto for vivo. Receando a “falta de atenção” de que esta matéria possa ser alvo, o músico destacou a sua capacidade económica como um importante fator. Uma “janela de oportunidade” que, segundo o artista, não pode ser desperdiçada.
Depois de considerar o Congresso dos Estados Unidos como o corpo legislativo com mais poder em todo o mundo, Elton John deixou mesmo o pedido: “O Congresso tem o poder de manter o compromisso histórico do país em liderar a campanha global contra este vírus. Estou hoje aqui para vos pedir que me deixem usar esse poder”.
Até hoje, a Fundação Elton John financiou em cerca de 285 milhões de euros várias organizações em todo o mundo, aplicados diretamente ao tratamento da doença, a planos de prevenção e ao desenvolvimento de redes de cuidados paliativos em vários países africanos. Um maior investimento no combate à doença, agora no Plano de Emergência norte-americano, pode fazer com que, um dia, a sida já não seja “um terrível assassino a nível global, mas uma doença crónica contida e controlada.”
O alerta para a necessidade mundial de acesso a tratamentos e medicamentos que ajudam à prevenção da sida e do VIH foram o mote do discurso de Elton John. “Num dia próximo, espero alargar os meus agradecimentos, não apenas pelo combate a esta doença, mas por acabar com ela – de uma vez por todas”.
Em Portugal, o programa nacional para a infeção VIH/sida estima que hoje cerca de 65 a 70 mil pessoas vivam com a doença.