“O meu pai nunca nos tocou. Beijo a terra onde o meu pai passou”, declarou a irmã da alegada vítima, citada pela agência Ansa.
O pai alegadamente incestuoso tem no total dez filhos, 8 dos quais do sexo masculino.
O homem de 63 anos foi detido em Turim (norte) por ter violado e sequestrado a filha durante 25 anos e ter incitado o filho a abusar sexualmente das próprias filhas, anunciou sexta-feira a polícia italiana.
A filha de 34 anos era violada regularmente desde os 9 anos pelo pai, um vendedor ambulante, afirmaram os investigadores, citados pelo jornal diário italiano La Repubblica.
A vítima, que só podia sair de casa acompanhada pelo pai, estava fechada numa divisão sem luz e deixou de ir à escola com cerca de 13 anos, indicou a mesma fonte.
A imprensa italiana que titula sobre o “Horror em Turim” e sobre a detenção do “padre-padrone” afirma que a jovem estava sequestrada. Todavia, segundo o procurador encarregue do caso, Pietro Forno, “ela era completamente livre embora não fizesse nada sem o pai que a controlava totalmente do ponto de vista psicológico”.
“A jovem mulher sofre de perturbações da personalidade devidas à situação de incesto prolongado e aos maus-tratos. A perícia psiquiátrica demonstrou uma situação de perturbação muito grave e uma personalidade totalmente passiva face ao pai que a fazia viver num clima de ameaças”, explicou o procurador.
A mãe estava presente no lar, onde viviam, além da jovem, outros três filhos, um dos quais deficiente físico.
“Era uma família de aspecto normal”, indicou o magistrado precisando não haver indicações de abusos sexuais nos outros filhos.
Para o pai incestuoso, “uma lei familiar exigia que a filha mais velha lhe fosse ‘prometida'”, referiu.
Posteriormente, o pai incitou o filho, de 41 anos, a imitá-lo. O pai “transmitiu a um dos seus filhos o seu comportamento”, segundo o procurador.
O filho foi detido em Fevereiro passado por suspeita de ter violado e maltratado as quatro filhas de 6, 8, 12 e 20 anos e de as ter obrigado a assistir às relações sexuais, disse a mesma fonte.
Segundo a agência Ansa, o pai nega ferozmente os factos que lhe são censurados tal como aliás o filho.
A investigação deste caso começou em Outubro quando Laura, nome fictício, fez queixa do irmão, acusando-o de a ter violado e sequestrado durante duas semanas quando se refugiou em casa deste depois de ter discutido com o pai.
O jornal La Repubblica relacionava este caso com o do austríaco Josef Fritzl, condenado na semana passada a prisão perpétua por ter sequestrado e abusado sexualmente da filha durante 24 anos.
As cinco presumíveis vítimas estão a ter acompanhamento psicológico.