“Vi soldados no terreno a falar português”, disse Laurent Nkunda à AFP, na pequena localidade de Kirolirwe, a uns 20 quilómetros de Goma, a capital da província de Kivu Norte, no Leste da República Democrática do Congo. “Falar português não significa necessariamente ser angolano. Há congoleses em Angola. Não posso confirmar que os angolanos estão na República Democrática do Congo”, acrescentou. Informações contraditórias circulam quanto à presença de militares angolanos na linha da frente a norte de Goma, ao longo da fronteira com o Ruanda, que a confirmarem-se poderão provocar uma viva reacção de Kigali. Estas interrogações são alimentadas pela presença – esta confirmada – de soldados que se exprimem em português mas usam uniforme congolês e que afirmam ser originários da província congolesa do Katanga (Sudeste, que tem com Angola). As declarações de Nkunda contradizem as afirmações de Bertrand Bisimwa, porta-voz do movimento rebelde, o Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), que garantiu há alguns dias que havia soldados angolanos na linha da frente de Kibati, a Norte de Goma. Angola é um aliado fiel da vizinha República Democrática do Congo, tendo o seu exército apoiado as forças governamentais no conflito regional de 1998-2003, contra a coligação que integrava o Ruanda. No domingo, numa cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), em Joanesburgo, o governo congolês não excluiu uma futura participação de tropas angolanas na República Democrática do Congo, ao lado das forças governamantais. Os confrontos dos últimos dois meses no Kivu-Norte, que mataram pelo menos 100 civis, segundo a Human Rights Watch (HRW), provocaram mais de 250 mil desalojados, que vivem em condições horríveis.O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICR) anunciou hoje que retomou a distribuição de ajuda alimentar a 65 mil deslocados na zona de Kibati. A distribuição foi suspensa na sexta feira por causa dos combates.
Rebeldes não confirmam presença de angolanos
O chefe rebelde Laurent NKunda recusou-se, esta terça-feira, a confirmar a presença de soldados angolanos ao lado das forças governamentais no Leste da República Democrática do Congo, embora afirme ter visto tropas no terreno a falar português