No curto espaço dos últimos dez meses, a Lufthansa passou a controlar a companhia aérea italiana, a Air France-KLM anunciou a absorção da escandinava SAS e, após intensas negociações, a IAG, formada pela associação entre a British Airways e a Iberia, viu-se obrigada a desistir à última hora da compra da Air Europa, por causa das contrapartidas exigidas pela Comissão Europeia. É neste clima de fusões e de aquisições no mercado da aviação – a imitar, porventura, as contratações no futebol –, que o Governo decidiu anunciar um novo processo de privatização da TAP Air Portugal, com a venda de 49,9% da última companhia completamente estatal da Europa.
No anúncio do processo, a 10 de julho, o primeiro-ministro Luís Montenegro disse estar “convencido de que haverá muitos interessados” na venda parcial da companhia, que inclui uma participação de 5% a ser oferecida aos funcionários. Para os analistas da OAG, uma das mais respeitadas plataformas de bases de dados sobre aviação, aquela afirmação tem todo o fundamento, uma vez que a TAP é uma companhia muito apetecível para qualquer um dos três principais grupos europeus, em busca da liderança no mercado continental.